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sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

As águas que assolam a população do Rio

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As águas de março que assolam a populaçãoHá décadas que as chuvas de verão enaltecida nos versos do maestro Tom Jobim “São as águas de março fechando o verão/É a promessa de vida no teu coração”, deixou o seu tom poético para se tornar uma dura realidade em que vive a população nesses tempos de mortes, desabrigo e desalento. A forma poética que relata um dos movimentos da natureza nessa época do ano deixou de encantar o mundo e passaram a retratar o descaso do Estado em relação à saúde e a vida do povo trabalhador.

Se por um lado as chuvas são fenômenos naturais, as enchentes são fenômenos sociais. Muito por conta da ausência das atitudes irresponsáveis dos governos com a ausência de políticas públicas para resolver e prevenir situações de calamidade.

A cidade cresceu de forma desordenada, só respeitando a ganância de lucro por parte das empreiteiras e dos governos corruptos. O impacto das enchentes se tornou mais evidente no cotidiano do povo.

Mas por que as chuvas de verão causam desmoronamento de casas, mortes e desespero para os sobreviventes?

Uma das causas seria a transferência dos recursos pagos pelos trabalhadores através de impostos, moradia, alimentação, dentre outros quesitos para o endereço dos empreiteiros e banqueiros.

Obras faraônicas são realizadas como no caso dos dois megaeventos esportivos que acontecerão, Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, que já deixaram um legado de R$ 7,5 bilhões de débito, até a presente data, equivalente a 18% do que o governo arrecada por ano.

Patrimônios públicos são dilapidados como o Maracanã, o Museu do Índio, para favorecer o mercado imobiliário e as empresas dos amigos políticos e seus aliados que bancam suas campanhas eleitorais.

A propriedade pública vira privada. As ruas, sobrados e pequenos comércios são adquiridos pelo sistema financeiro. O cidadão se torna refém dos interesses mesquinhos dos grandes empresários

Os barracos soterrados viram retórica nos discursos dos governantes. O povo não se encanta mais com os poemas das águas de março fechando o verão. A promessa de suas vidas está nas intensas lutas que terão que travar e vencer para reascender em seus corações a esperança de dias melhores.

Denise Maia, Rio de Janeiro

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