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domingo, 3 de novembro de 2024

Estudantes de Varginha saem às ruas por seus direitos

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Os estudantes da Universidade Federal de Alfenas (Unifal) e do Cefet-MG, em Varginha, organizados pelo Diretório Acadêmico Florestan Fernandes (Daff) e pelo Grêmio Estudantil, realizaram uma manifestação pelo meio-passe universitário, passe-livre para o Cefet, redução da tarifa do transporte coletivo e retorno da tarifa social nos domingos e feriados.

A manifestação teve a participação de mais de 500 estudantes e foi consequência da irresponsabilidade do prefeito Antônio Silva (PTB), que, desde a eleição municipal, tem evitado o diálogo com os estudantes, chegando a desmarcar uma audiência prevista para o dia 16 de maio. Além disso, no retorno às aulas, os alunos do Cefet foram surpreendidos com o cancelamento do passe-livre nos transportes.

Durante a passeata, com muita agitação, apitos, cartazes, tambores e caras pintadas, a população se sensibilizou com aplausos e declarações de apoio.

Ao chegar à prefeitura, os estudantes foram impedidos de entrar pela Polícia Militar e pela Guarda Municipal. Funcionários foram orientados a dizer que o prefeito havia viajado e que, dessa forma, não receberia ninguém. Mas, na verdade, ele se encontrava no município, segundo o presidente da Câmara, e se escondeu dos estudantes, sendo apelidado na cidade de “O Furão”.

Os estudantes retornaram ao centro da cidade e trancaram as avenidas principais. Alunos de outras escolas se sensibilizaram e se juntaram à manifestação, aumentando a participação e intensificando o “trancaço”.

A Polícia Militar então agiu com brutalidade, agredindo manifestantes com cassetetes e sprays de pimenta, mas não impediu a continuidade da manifestação. A PM agiu com mais violência ainda e prendeu os estudantes da Unifal Rossi Henrique e Gustavo Noronha, militantes da UJR, e os sindicalistas Antônio Amorim, da CUT-MG, e Abdon Geraldo, do SIND-UTE MG. Nesse momento, um carro entrou em alta velocidade na manifestação, atropelando três estudantes e quebrando o pé do aluno da Unifal e diretor do Diretório Acadêmico Florestan Fernandes, Guilherme Silva, tendo o motorista fugido sem prestar socorro. Os estudantes anotaram a placa do automóvel e entrarão com um processo contra o agressor. Mesmo com o forte aparato policial no local, a PM alegou que não encontrou o infrator.

Apesar da vergonhosa ação da PM, os estudantes não abandonaram a manifestação, dirigindo-se até a Câmara Municipal, onde, em assembleia, decidiram encaminhar denúncias contra os abusos da PM à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado, à própria Câmara, ao Ministério Público e à Corregedoria da PM, além de aumentar a pressão contra a prefeitura até conquistar as pautas do movimento.

No dia seguinte, pais de alunos do Cefet se reuniram com a presença da direção da instituição, do Grêmio e do Daff, decidindo aumentar as lutas e a pressão sobre a prefeitura e encaminhar as denúncias contra a ação abusiva da Polícia contra os jovens, que, em maioria, eram menores de idade. Nova manifestação já está sendo preparada e a luta pelos direitos dos estudantes ao passe-livre secundarista e ao meio-passe universitário continuará.

 

 

 Rafaela Carvalho, presidente do Daff-Unifal

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