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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Atos marcam homenagens aos dirigentes do PCR mortos pela Ditadura

Atos marcam homenagens aos dirigentes do PCR mortos pela DitaduraFoi com imenso orgulho pelo exemplo dado por seus heróis, que, durante o mês de setembro e neste mês de outubro, o Partido Comunista Revolucionário (PCR) promoveu vários atos em homenagem aos 40 anos da imortalidade de Manoel Lisboa de Moura, Emmanuel Bezerra dos Santos e Manoel Aleixo, mortos em 1973 pelas forças da Ditadura Militar brasileira. Além dos três camaradas, a memória de Amaro Luiz de Carvalho e Amaro Félix Pereira, mortos em 1971, também foi reverenciada em todas as solenidades.

Estes homens, que cumpriram fielmente com o compromisso assumido de jamais delatar outro militante ou abrir aos agentes da repressão qualquer informação sobre as atividades do Partido, não são apenas heróis do PCR. Suas trajetórias de luta e suas condutas revolucionárias dentro dos cárceres os colocam, sem dúvida, como heróis do povo brasileiro, no patamar daquelas pessoas que abnegam da própria vida para preservar seus princípios e sua ideologia, para fazer do próprio sangue a tinta da bandeira vermelha do socialismo.

Em Alagoas, estado onde nasceu Manoel Lisboa, houve uma grande repercussão na imprensa local em torno do dia 04 de setembro (data de sua morte), com reportagens e entrevistas de militantes do PCR a jornais, sites, rádios e TVs. Também os parlamentares alagoanos Paulão (deputado federal pelo PT), Judson Cabral (deputado estadual pelo PT) e Heloísa Helena (vereadora de Maceió pelo PSOL) discursaram das tribunas em reverência à memória de Manoel, cujo nome é uma referência de luta para o povo de sua terra. Também uma sessão especial está programada para acontecer até o final deste mês na Assembleia Legislativa Estadual.

No mesmo dia 04, em Belém, capital do Pará, os cinco heróis receberam uma merecida e calorosa homenagem. O ato foi realizado no auditório da biblioteca do Instituto Federal do Pará (IFPA) e teve início com a apresentação do vídeo Os nossos Heróis. Militantes da UJR declamaram a poesia Tu e Eles, que homenageia Manoel Lisboa e, presentes ao ato, falaram Carlos Dávila, cônsul da Venezuela, Edmilson Rodrigues, deputado estadual do PSOL, Dermi Azevedo, jornalista e ex-preso político, e Amanda Paiva, do Levante Popular da Juventude.

O deputado Edmilson Rodrigues destacou a importância da realização de atos que resgatem a história e os ideais revolucionários daqueles que tombaram na luta por uma sociedade socialista e citou ainda o exemplo do histórico comunista Sá Pereira, que, nos últimos anos de sua vida, militou nas fileiras do PCR. Depois, Dermi Azevedo, emocionado, lembrou momentos que conviveu com Emmanuel Bezerra e Manoel Lisboa, os quais transmitiam com segurança e tranquilidade a justeza da luta revolucionária e a certeza da vitória do socialismo.

No dia 05, o deputado estadual Anísio Maia (PT) proferiu um veemente discurso da tribuna da Assembleia Legislativa da Paraíba, relembrando sua militância no PCR e a convivência com Manoel Lisboa: “Meu companheiro, meu exemplo. Exemplo de um tempo em que se lutava por ideais”. No dia 18 de outubro, está convocada uma sessão especial na ALPB, em homenagem a Manoel e outros revolucionários vítimas da Ditadura Militar.

Em São Paulo, no dia 06 de setembro, houve uma audiência pública da Comissão da Verdade da Assembleia Legislativa, em que foram ouvidos Edival Nunes Cajá e José Nivaldo Júnior, acerca do assassinato de Manoel Lisboa e Emmanuel Bezerra, posto que, pela versão oficial da Ditadura, ambos foram mortos em tiroteio na Capital paulista.
Já no dia 07 de setembro, cerca de 150 pessoas participaram de um ato político no Memorial da Resistência. Envolvidos pelas memórias trazidas por este espaço (antiga sede do Dops, principal centro de tortura do Estado), os presentes transformaram as dores do passado em inspiração para a luta pelo socialismo. O companheiro Ivan Seixas, do Núcleo Memória, coordenou os trabalhos, que contaram com a combativa apresentação musical de Cícero Crato e a execução da Internacional Comunista. Também se fizeram presentes José Luiz Del Roio, ex-senador da Itália pela Refundação Comunista e ex-dirigente do PCB e da ALN, no Brasil, o ex-preso político Maurice Politi e o histórico militante comunista Raphael Martinelli.

Em Fortaleza, o ato ocorreu no dia 19 de setembro, na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Têxtil do Estado do Ceará. Após todos cantarem a Internacional Comunista, foi montada uma mesa de debate com a presença do juiz do Trabalho aposentado e coordenador do Comitê Memória, Verdade e Justiça do Ceará, Silvio Mota, da assessora da deputada estadual Eliane Novais (PSB), Valderez Albuquerque, e dos dirigentes da UJR, Fábio Andrade, e o do PCR, Serley Leal.

“A Ditadura Militar acreditava que, ao assassinar os camaradas, estaria enterrando para sempre o PCR. Um tremendo engano. Hoje, o exemplo deles inspira muito mais pessoas no Brasil, e todos nós seguiremos conforme o pedido de Manoel, construindo o Partido no caminho da Revolução Socialista”, afirmou Serley. Também foi apresentado um vídeo em homenagem aos companheiros, e o ato foi encerrado ao som da dupla Letícia Sales, estudante da UFC, e Carlos Augusto, músico e militante, entoando canções que embalavam os militantes revolucionários no período da resistência.

Em Recife, no dia 10 de setembro, foi realizado um grande e emocionante ato na Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco. Por requerimento do deputado estadual Waldemar Borges (PSB), a sessão especial contou com um plenário lotado por cerca de 250 pessoas, em sua maioria militantes estudantis, do movimento popular e sindical, lideranças políticas e ex-militantes do período de resistência à Ditadura. Entre as autoridades na mesa, Paulo Moraes, secretário-executivo de Justiça e Direitos Humanos do Governo de Pernambuco. Também se fez presente Alfredo Lisboa, sobrinho de Manoel, que representou sua família e recebeu, em nome do tio revolucionário, uma placa da Assembleia Legislativa, onde se lia: “Pela sua heroica luta contra a Ditadura Militar (1964-1985) e pela democracia e a liberdade no Brasil e no Mundo”. Os cinco heróis do PCR foram agraciados postumamente com placas e buquês de rosas vermelhas.

A sessão especial foi presidida pelo deputado Diogo Moraes (PSB) e teve como ponto alto o coral de mais de 200 vozes entoando a Internacional Comunista, ressoando pela Casa Joaquim Nabuco o canto de louvor à liberdade e ao socialismo.

Marcelo Santa Cruz, vereador de Olinda pelo PT, lembrou que a Ditadura também matou seu irmão Fernando e David Capistrano, que fora deputado. “Por isso, não pode haver mais justa homenagem, porque esta Assembleia Legislativa também foi palco do enfrentamento contra a Ditadura”. Aos depoimentos, seguiu-se a canção Pesadelo, de autoria de Maurício Tapajós e Paulo Cezar Pinheiro, executada por Cayto (voz e violão), cuja letra diz: “Olha eu de novo, perturbando a paz e exigindo o troco… Você me prendeu vivo e eu escapo morto…”. Os poemas Tu e Eles e Às Gerações Futuras (de autoria de Emmanuel Bezerra) foram declamados por militantes da UJR.

Encerrando a sessão, Edival Nunes Cajá, presidente do Centro Cultural Manoel Lisboa e membro do Comitê Central do PCR, agradeceu aos presentes e destacou a atualidade das bandeiras defendidas pelos homenageados. “Esses homens lutaram para que não houvesse fome, miséria e exploração. Somente com uma sociedade socialista é possível resolver os problemas da humanidade. Graças à luta desses e de tantos outros foi possível derrotar a Ditadura. Devemos nos mirar nesses exemplos para avançar na luta pelo socialismo. Isto era o que eles defendiam, e é o que nós devemos continuar a defender”.

No dia 26 de setembro, Emmanuel Bezerra foi homenageado no auditório do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (Sinte). Emmanuel foi presidente da Casa do Estudante do RN e do Grêmio Estudantil do Colégio Atheneu, em Natal.Atualmente,seu nome está presente em praças, escolas, grêmios estudantis, centro acadêmicos e até num conjunto habitacional.

Por fim, já neste último dia 02 de outubro, mais uma homenagem foi realizada, desta vez no auditório da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, em sessão especial convocada pelo deputado Paulo Ramos, que contou com de presença de outros parlamentares, partidos de esquerda, autoridades e a militância do movimento social e dos direitos humanos do Rio. Após os discursos, vídeos e poesias, todos saíram do ato com o espírito de luta renovado, em especial a juventude que se fez presente, que tem desenvolvido uma grande jornada de manifestações em defesa de seus direitos nas ruas da Capital carioca, desde o mês de junho, e muito tem aprender com o exemplo dos revolucionários do passado e do presente.

Da Redação

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