Aconteceu no dia 21 de outubro a 12ª rodada dos leilões dos poços do pré-sal, sem precedentes, a maior privatização que o Brasil já viveu. Desta vez, estava em jogo o Campo Libra. Participando da compra do pré-sal brasileiro havia inúmeras empresas estrangeiras e, do lado de fora, lutando contra este crime de lesa à pátria, diversos partidos, organizações, sindicatos e entidades estudantis.
O leilão estava marcado para as 15h00, entretanto, às 10h00, a avenida em frente ao Hotel Windsor (onde foi o leilão) era palco de guerra entre a Força Nacional e militantes da esquerda. De um lado, bombas de gás, escudo a prova de balas, bala de borracha, bomba de efeito moral, do outro, militantes armados com tapumes de metal e pedaços de pedra para frear o famigerado leilão.
Durante a resistência dos manifestantes (e fruto da revolta contra a política antipovo adotada pelos meios de comunicação comerciais), o carro da TV Record foi virado e serviu também como barricada. Contra a privatização e a terceirização os petroleiros começaram uma greve nacional, onde mais de 50 plataformas e refinarias foram paradas. Apesar de todas essas manifestações contrárias, o Governo Federal concluiu a 12° rodada do leilão.
A Petrobrás, que descobriu Libra, terá menos da metade do campo. O consórcio vencedor do leilão – formado pela Petrobrás (10%), Shell (20%), Total Elf (20%), CNPC (10%) e CNOOC (10%) – ofertou à União o excedente de petróleo mínimo previsto na licitação, ou seja, 41,65%. Segundo a Federação Única dos Petroleiros, a ANP realizou uma manobra no edital, o Estado brasileiro poderá ficar com apenas 14,58% do óleo gerado pelo Campo de Libra. A entrega de 60% do campo de Libra para as multinacionais é um dos maiores crimes contra a soberania do País.
Mas, assim como os índios resistiram ao ataque dos portugueses e os escravos resistiram à sua escravização, a esquerda brasileira se colocou nas ruas e enfrentou o Exército, a Força Nacional, o Batalhão de Choque da Polícia Militar.
Rafael Coletto, Rio de Janeiro