Sem nenhuma prova, Fábio Hideki permanece preso em Tremembé

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Helena Harano, mãe de Fábio Hideki.
Helena Harano, mãe de Fábio Hideki.

As prisões de Fábio Hideki e Rafael Lusvarghi completam hoje 45 dias sem que nenhuma prova tenha sido apresentada para incriminar os dois ativistas que se converteram, de fato, em presos políticos do governo Alckmin. Fábio Hideki é funcionário da USP e militante do movimento sindical.

Na segunda-feira, dia 04, os advogados de defesa tiveram acesso a pericia realizada pelo Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) e pelo Instituto de Criminalística de São Paulo que comprovam que nem Rafael nem Fábio portavam qualquer artefato explosivo, contrariamente ao que alega a Polícia Militar e confirmando o depoimento de todos que presenciaram o momento da detenção.

Na última sexta-feira, ao negar novamente um pedido de habeas corpus aos presos, o juiz Marcelo Matias Pereira, da 10º  Vara Criminal de São Paulo, mostrou todo caráter ideológico das prisões. Ele escreveu em sua sentença que um dos motivos para não conceder o direito de responder em liberdade ao processo aos dois ativistas consiste no fato de que os dois pertencem a “esquerda caviar” que, para o juiz, é um grupo de pessoas que discursa contra o capitalismo mas usa de seus benefícios que são os celulares, roupas de marca, etc.

Essa expressão – “esquerda caviar” – vem sendo usada pelos colunistas mais reacionários e de corte fascista da mídia monopolizada brasileira. É um discurso que tem por objetivo atacar os setores mais débeis do movimento popular com objetivo de criminalizar e estigmatizar todo o protesto social e justificar a ação violenta da polícia.

A prisão arbitrária de ativistas pode se tornar um fato rotineiro se nada for feito. É preciso unificar todo movimento popular e defender a liberdade de manifestação para que os fascistas não tenham sucesso em impôr o silêncio e a cadeia para quem luta contra as injustiças sociais.

Jorge Batista, São Paulo.