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quarta-feira, 24 de abril de 2024

50 ANOS DOS ASSASSINATOS DE PEDRO FAZENDEIRO E NEGO FUBA

nego fuba pedro fazendeiro

07 DE SETEMBRO – INDEPENDÊNCIA OU MORTE? MORTE!!!

A vida é o direito mais sublime do ser humano.  Foi concedido por Deus. Só ele pode tomá-lo de volta. Não foi assim com Pedro Inácio de Araújo (Pedro Fazendeiro) e João Alfredo (Nego Fuba). Dois líderes camponeses cuja luta tinha como objetivo assegurar os direitos dos trabalhadores e a concretização da Reforma Agrária no Brasil. Para isso, fazia-se necessário que o homem do campo tivesse uma entidade que os assistisse e, em 1958, foi fundada a Liga Camponesa de Sapé, que tinha como lideranças João Pedro Teixeira; Pedro Fazendeiro, Nego Fuba, Assis Lemos, Severino Barbosa e outros.

Pedro Fazendeiro, homem de caráter, carismático, destemido, pacífico. Consciente da exploração do homem do campo, tinha o perfil perfeito para conscientizar o trabalhador na luta por seus direitos. Fazia o trabalho de base, era o alicerce das Ligas no campo. À medida que a Liga de Sapé crescia, crescia também a aversão dos latifundiários por ele e seus companheiros. Há época, o coronel Luiz de Barros, delegado do Município de Sapé, era o “carrasco dos trabalhadores”.

Com o Golpe Militar de 64, covardes, assassinos, psicopatas e detentores do poder deram vazão a seus piores instintos de crueldade. Pedro Fazendeiro foi preso no 15º Regimento de Infantaria, em Cruz das Armas. Órgão das Forças Armadas do Exército Brasileiro, na época sob o comando de José Benedito Montenegro de Magalhães Cordeiro, o major Cordeiro, capacho dos usineiros.

Lá, Pedro Fazendeiro foi torturado física e psicologicamente até o dia 07 de setembro de 1964, data em que, na calada da noite foi simulada uma soltura e Pedro Fazendeiro, juntamente com João Alfredo, foram levados pelos agentes. Hoje, 07 de setembro de 2014 – data que simboliza liberdade –meio século se passou, eas gerações de Pedro Fazendeiro e  Nego Fuba vivem presas à eterna tortura e a sentimentos de saudade, espera, dor, dúvida, desesperança, revolta, injustiça por conta da impunidade que se arrasta.

Pedimos que seja revista esta Lei da Anistia: não pode um torturador, um criminoso ser anistiado.  Pedimos que o silêncio seja quebrado. As gerações atuais e futuras têm direito à verdade. É uma parte podre da História do Brasil que deve ser conhecida em toda sua totalidade. Pedimos que abram os arquivos da Ditadura. Não podemos continuar como Eternos Filhos do Silêncio. Queremos os restos mortais dos dois líderes para dar-lhes ao menos um sepultamento digno. Nossas entranhas clamam por justiça!

José Marinardi de Araújo
Josineide Maria de Araújo
Nadieje Maria de Araújo (in memoriam)
Naúgia Maria de Araújo
Walter de Araújo
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Filhos de Pedro Fazendeiro

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