Há quase 10 dias, os trabalhadores e trabalhadoras do serviço público municipal da cidade de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, estão em greve por melhores condições de trabalho e por aumento salarial. O prefeito Luiz Marinho (PT) se negou a apresentar qualquer proposta até o 7o dia de greve e, depois, condicionou as negociações ao término do movimento paredista.
Luiz Marinho é ex-presidente do sindicato dos metalúrgicos do ABC e construiu toda sua projeção política como militante sindical. No entanto, uma vez na administração, o prefeito tem se comportado como o pior tipo de patrão, se negando a negociar com o sindicato dos trabalhadores e perseguindo os movimentos sociais de moradia da cidade.
A greve dos servidores de São Bernardo do Campo tem sido um exemplo de mobilização e luta. Todas as manhãs são realizadas mobilizações em diversos pontos da cidade e ações de esclarecimento à população são desenvolvidas. Todos os dias são realizadas marchas até a prefeitura que reuniram até 10 mil pessoas.
Para reivindicar a abertura de negociações por parte da prefeitura, um grupo de servidores ocupou a Câmara dos Vereadores e lá permanece até que o governo se sensibilize.
Abaixo, reproduzimos a carta dos servidores que se encontram em ocupação na câmara:
O funcionário público de São Bernardo do Campo traz em sua história a característica do atendimento humano. Constitui-se em nossa história a construção da cidadania, da democracia.
Diante das situações que temos vivenciado com governo tão antagônico, com discurso democrático e ação ditatorial, não restaram alternativas a não ser manifestar nossa indignação e insatisfação diante dessas ações que afetam nossa característica maior: “Servir com qualidade”.
Nós, que estamos aqui dentro, somos apenas uma parte do todo que está aí fora. Estamos aqui com sentimento de gratidão, alegria, união com o resgate da força e dignidade que estamos vivenciando.
Salientamos ainda que durante toda a noite, tivemos as necessidades básicas supridas graças à solidariedade de todos.
Não esqueçamos “juntos somos fortes”. Estamos dispostos a permanecer aqui até que sejam abertas as negociações e haja uma proposta real e respeitosa que não traga prejuízo a nenhum servidor.
“Nenhum de nós é tão forte quanto todos nós juntos!”
São Bernardo do Campo, 21 de maio de 2015
Da Redação, São Paulo