No início da década de 1960, os assassinos do guerrilheiro nacionalista Augusto César Sandino ainda seguiam com sua ditadura na Nicarágua, mantendo o país como uma república de bananas a serviço de toda ingerência dos Estados Unidos. Continuavam perseguindo e assinando os camponeses, o clero progressista, os estudantes e todo e qualquer movimento de trabalhadores que lutasse por um desenvolvimento soberano para o país.
Um grupo de jovens revolucionários, no entanto, resolver ‘seguir pelo caminho de Sandino’ e dedicar sua vida a derrotar a ditadura e libertar o país. Liderados pelo comandante Carlos Fonseca, foi fundada em Honduras, em 1961, a Frente Sandinista de Libertação Nacional – FSLN, organização que uniu diversos grupos de esquerda e propunha a luta armada guerrilheira como forma de vencer a ditadura dos Somoza.
Durante toda a década de 60, a FSLN vive um período de luta interna e consolidação ideológica, preparando as condições para um forte movimento guerrilheiro em nível nacinoal que se instala no país a partir de 1970.
No momento em que grande parte dos países da América Latina viviam sob ditaduras militares, a guerrilha da FSLN, fortemente inspirada na revolução cubana, animava as forças de esquerda e revolucionárias em todo o continente.
Nem a morte em combate do Comandante Carlos Fonseca (1976) nem o financiamento de grupos paramilitares terroristas, a partir dos EUA, são capazes de vencer a força crescente do movimento guerrilheiro. Em 19 de julho de 1979, a capital nicaraguense, Manágua, é libertada e o ditador de turno, Anastasio Somoza Debayle, foge com destino a Miami.
A vitória sandinista encheu de esperança os revolucionários em todo o mundo. A Frente Sandinista, no entanto, em virtude de suas várias divisões internas, da falta de clareza ideológica e das fortes ligações com a Igreja Católica, não foi capaz de destruir as bases do Estado capitalista, construindo o poder popular e o socialismo. As medidas sociais que implantou, no entanto, tiveram grande impacto na melhoria das condições de vida do país, com a erradicação do analfabetismo e a realização da reforma agrária.
O colapso da União Soviética e a situação econômica especial em Cuba (1989) levaram a um isolamento da Nicarágua que entregou o poder após eleições realizadas sob forte pressão dos EUA, em 1990. A Frente Sandinista se transformou, dessa maneira, em uma organização reformista, voltando ao governo em 2001 com a eleição de Daniel Ortega, que hoje está em seu terceiro mandato como presidente do país.
Da Redação.