No próximo dia 08 de novembro, os movimentos que compõem a Frente Nacional de Mobilização Povo Sem Medo vão realizar em várias cidades do país manifestações exigindo a saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados.
Autor de várias medidas de caráter reacionário, Cunha vem acelerando a votação de temas que atacam os direitos das mulheres, indígenas e trabalhadores terceirizados. Ao mesmo tempo, há quantidade farta de provas de que Cunha mantêm contas secretas na Suíça e de que recebeu propina de contratos fraudulentos da Petrobrás.
Uma reunião da Secretaria Operativa da Frente ocorrida no dia 28 de outubro definiu a concentração do ato em São Paulo para a avenida paulista, às 14h, em frente ao MASP com caminhada até o Parque do Ibirapuera onde artistas populares preparam apresentações culturais pelo Fora Cunha.
Abaixo, reproduzimos a nota da Frente Povo Sem Medo que convoca o ato:
FORA CUNHA! NÃO AO AJUSTE FISCAL!
Todos/as às ruas dia 8 de novembro!
O Povo Sem Medo estará nas ruas neste 8/11, mês da Consciência Negra e Zumbi dos Palmares. Serão mobilizações populares em várias cidades brasileiras exigindo o Fora Cunha e contra o ajuste fiscal aplicado pelo Governo Federal e pelos Governos Estaduais.
Um dos grandes representante das atuais políticas conservadoras é o presidente da Câmara Eduardo Cunha. Não bastassem as medidas que retiram direitos da classe trabalhadora, juventude, mulheres, negras e negros, LGBTs e indígenas, Cunha está sendo investigado por corrupção. Já há provas claras de milhões de dólares em contas na Suíça, para completar a galeria de escândalos que o envolve, desde os desvios na Telerj no governo Collor. É um ladrão blindado, por isso ainda não caiu. Não entregaremos nossos direitos em nome de nenhuma governabilidade, e, por isso exigimos nas ruas o Fora Cunha.
Além disso, defenderemos as saídas populares para a crise econômica e política que estamos vivendo:
– Nenhuma saída à direita. Aqueles que historicamente governaram o Brasil e sempre contra a maioria do povo, agora colocam-se na condição de apresentar soluções para a crise. A mudança que propõem é com Michel Temer, Cunha/Renan e o PSDB. Está em curso uma agenda de retrocessos, que colocam em risco direitos sociais, políticos e civis, como a Lei das Terceirizações, a Redução da Maioridade Penal, o Estatuto da Família, a PEC da Corrupção/Contrarreforma política e o PL 5069/2013 que ataca o direito das mulheres. Não têm autoridade política e moral para isso. Não aceitaremos saídas à direita.
– O povo não pode pagar pela crise. A política de ajuste fiscal do Governo Federal e dos estados joga a conta da crise nas costas dos trabalhadores. Não podemos aceitar que a “crise fiscal” seja resolvida com ataque a direitos e cortes em áreas sociais, como a moradia e educação. Nem com uma política que aumenta juros, gera desemprego e arrocho salarial. Muito menos com concessões e privatizações do patrimônio público. No caso de alguns estados, como São Paulo, governos anunciam o absurdo de fechar escolas como parte do ajuste. Escola fechada será ocupada! A conta da crise deve ser paga por aqueles que mais ganharam no período da bonança, inclusive com subsídios públicos e desonerações: os ricos, grandes empresários e banqueiros. A crise deve ser paga pelo andar de cima, não pelo de baixo. Cortando privilégios, não direitos!
– A saída é com mais direitos e aprofundamento da democracia. A democracia brasileira é ainda limitada e precisa ser radicalizada. Este é o nosso desafio. Transformar o atual sistema político, que é aberto aos grandes interesses econômicos e fechado às demandas populares e lutar por democracia econômica, com mais direitos e distribuição de renda. Além disso, o aprofundamento da nossa democracia passa por garantir os direitos de manifestação, organização e de greve, atualmente ameaçados por várias inciativas – políticas e judiciais – como a Lei antiterrorismo, de iniciativa do Governo aprovada pelo Senado. Se há terrorismo no Brasil é aquele praticado pelas forças policiais no genocídio da juventude pobre, negra e periférica. Não há democracia com extermínio e autos de resistência. Por tudo isso, estaremos nas ruas!
Aqui está o Povo Sem Medo!
Da Redação