Uma grande manifestação com concentração prevista para amanhã (26) as 13 horas na Avenida Paulista foi convocada por estudantes de diversas escolas ocupadas de São Paulo. Até o momento, quase 200 escolas estão ocupadas em todo o estado, exigindo que o governador Geraldo Alckmin volte atrás na medida fechar escolas públicas no ano que vem.
Abaixo, reproduzimos a carta dos estudantes das escolas ocupadas:
Carta dos estudantes das escolas ocupadas de São Paulo
Nós, estudantes sem medo de São Paulo, estamos fazendo uma mobilização histórica em defesa da educação. Desde que foi anunciada a (des)organização escolar pelo governador Geraldo Alckmin, fizemos várias manifestações e protestos. Diante da falta de esclarecimentos do governo do estado, buscamos o diálogo e apresentamos argumentos. Cansados de não ser ouvidos, partimos para outra iniciativa: a ocupação das escolas. Em poucos dias, mesmo com as ameaças de repressão policial, nossas ocupações cresceram como nunca, e hoje já somos mais de 90 escolas ocupadas em todo Estado.
Nosso recado é claro: queremos barrar a reorganização escolar proposta pelo governo! Na negociação que aconteceu no dia 19/11, mais uma vez o secretário de educação, Hermann, foi intransigente e não se dispôs a revogar o plano. A proposta apresentada de suspensão temporária da (des)organização por apenas dez dias mostra que o governo do estado continua sem disposição de diálogo com a comunidade. Ao mesmo tempo, pela primeira vez, o secretário admitiu o que sempre foi óbvio: a reorganização é um projeto imposto antidemocraticamente pelo governo sobre os estudantes e suas famílias, sem nenhuma discussão prévia, um projeto que não visa à melhoria da educação, mas sim fechar escolas e tornar as que continuarão abertas ainda mais superlotadas e insuportáveis. Os filhos e netos de Alckmin e Hermann não estudam em escolas públicas e para eles educação nunca foi prioridade! O mesmo governo que fecha escolas e corta da educação é o que abre presídios e criminaliza a juventude da periferia, fazendo com que o povo pague pela atual crise. É por isso que ocupamos. As escolas são nossas e não podem ser fechadas nem reorganizadas!
Exigimos a revogação imediata da reorganização escolar de Alckmin. Não admitimos que nenhuma escola seja fechada. Não admitimos que nenhuma escola seja dividida. Não admitimos que nenhum professor seja demitido e que nenhuma escola seja (ainda mais) superlotada. Não admitimos, também, que qualquer estudante seja perseguido politicamente ou punido por se mobilizar democraticamente.
Todas nossas ocupações são exemplos de espaços democráticos, politizados e organizados. Sem medo de errar dizemos: cuidamos das escolas até muito melhor do que o governo! Convocamos a que todas as escolas de São Paulo se tornem escolas de luta! Ocupe também sua escola até que tenhamos a garantia de que a reorganização, prevista para se iniciar em 2016, será revogada.
Da Redação, São Paulo