UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Não ao golpe! Somente o povo nas ruas pode impedir o retrocesso!

Outros Artigos

upA extrema direita brasileira, com o apoio do Judiciário e da grande mídia privada, desencadeou uma grande ofensiva política e midiática com o intuito de retirar do governo a presidenta Dilma Rousseff. Dirigido pelo corrupto Eduardo Cunha, dono de contas secretas na Suíça e envolvido nos desvios da Petrobras, o atual processo de impeachment é uma ação coordenada da grande burguesia nacional e internacional para passar por cima da Constituição brasileira e atacar a limitada democracia existente em nosso país.

Cunha e a oposição de direita – PSDB, DEM, PPS e PMDB – não têm moral para falar de corrupção. A maioria de seus parlamentares está envolvida até o pescoço nos mais diversos escândalos. Um exemplo é o candidato derrotado a presidente, o senador Aécio Neves, que já foi citado seis vezes nas delações da Operação Lava Jato e ainda é suspeito de envolvimento com o caso do helicóptero apreendido com centenas de quilos de cocaína em Minas Gerais. Outro é o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, envolvido no caso do cartel que fraudava as licitações do Metrô de São Paulo e no roubo da merenda escolar.

Não podemos permitir que a bandeira contra a corrupção seja usada de forma seletiva e direcionada, sem escrúpulos e por um processo jurídico viciado e coordenado por agentes públicos e políticos que visam unicamente a favorecer partidos que, quando estiveram no poder, privatizaram o patrimônio público e arrocharam o salário dos trabalhadores.

Em outras palavras, todos os envolvidos no golpe em curso não estão interessados na melhoria de vida do povo. O que querem é um governo que ataque ainda mais os direitos dos trabalhadores e entregue a preço de banana o que restou do patrimônio público e das nossas reservas naturais aos monopólios nacionais e internacionais.

Para isso, não terão dúvida em implantar um Estado policial que criminalize ainda mais a luta popular e os movimentos sociais. Prova disso é a brutal repressão da PM em São Paulo e no Paraná, estados governados pelo PSDB, onde promoveram o massacre do Pinheirinho, agrediram estudantes secundaristas e reprimiram violentamente as greves dos professores.

Por outro lado, não podemos esquecer que o governo do PT, em vez de realizar a reforma agrária, reestatizar as estatais privatizadas, acabar com a privatização da saúde e da educação, rendeu-se à grande burguesia, ao capital financeiro e ao agronegócio. De fato, nestes 13 anos, quem mais lucrou no Brasil foram os donos dos bancos, o agronegócio e as grandes empreiteiras. Já o povo teve que se contentar com alguns programas sociais que agora são ameaçados pelo chamado ajuste fiscal. Além disso, o governo se recusou a realizar uma auditoria da dívida pública, continuou pagando bilhões aos donos dos títulos da dívida, não puniu nenhum torturador da ditadura militar e ainda sancionou a lei antiterrorismo, que agride os direitos humanos e criminaliza os movimentos sociais.

Porém, o impeachment não significará nenhum avanço democrático ou econômico para o nosso povo. Pelo contrário, será um retrocesso, um golpe contra os direitos do povo. De fato, um governo Temer será ainda mais conservador, entreguista e corrupto e jogará a crise nas costas dos trabalhadores com o objetivo de tornar os ricos cada vez mais ricos.

Nesse quadro, acreditamos que a única maneira de impedir o retrocesso será com o povo nas ruas lutando pela liberdade e contra o golpe, realizando mobilizações nos bairros populares e greves contra a retirada de direitos.

Sabemos que os mais afetados e reprimidos num governo de extrema-direita serão o povo pobre, as mulheres e a juventude, ou seja, o verdadeiro golpe que se aproxima não é principalmente contra Dilma ou Lula, mas contra os trabalhadores, que terão seus direitos roubados, e os movimentos sociais, que sofrerão as piores perseguições e violências por parte do Estado opressor.

Por isso, a Unidade Popular pelo Socialismo (UP) convoca todos os lutadores e lutadoras para organizar a resistência em cada bairro e favela, fábrica, escola e universidade. Somente o povo nas ruas pode impedir o retrocesso e defender a democracia.

Não ao ajuste fiscal e ao impeachment!

Suspensão imediata dos pagamentos dos juros da dívida! Auditoria já!

Pelo poder popular e pelo socialismo!

 

São Paulo, março de 2016

UNIDADE POPULAR PELO SOCIALISMO

Conheça os livros das edições Manoel Lisboa

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes