O governo de Michel Temer está ameaçando a existência da educação pública e gratuita no país. A apresentação da PEC 241 (Projeto de Emenda Constitucional) pode significar a privatização da educação. Essa PEC defini um limite de gastos para a educação e saúde, limite esse que não garante a manutenção mínima dos institutos e universidades federais. Trata-se de um forte ataque aos direitos dos estudantes e dos trabalhadores.
Porém, os estudantes não se calam diante desses ataques. Da mesma forma que se rebelaram contra os cortes na educação, agora estão radicalizando na luta contra a PEC e o governo Temer.
Os estudantes do Instituto Federal de São Paulo – IFSP Campus Barretos, são um exemplo dessa luta. A partir da apresentação dessa PEC, os estudantes começaram a se informar com os servidores, e o Grêmio, que é filiado a FENET e, junto com a Atlética e o Diretório Acadêmico, começaram a promover debates e reuniões para mostrar a gravidade da situação. Assim começou a sequência de atos de rua na cidade para mostrar o repúdio a essa medida.
No dia 29 de agosto, os estudantes ocuparam o Campus Barretos contra os ataques do governo, e se mantiveram por semanas mantendo a escola organizada, com 4 refeições por dia, com vários debates e conscientização sobre a realidade do nosso país.
“Pela primeira vez num Instituto Federal o aluno teve café da manhã, almoço, café da tarde e janta. A gente precisa disso em todos os institutos, mas se não lutarmos contra esse governo, mal teremos condições de ter aula” disse o estudante Ítalo Rodrigo, Presidente do Grêmio Ítalo Ragassi, do IFSP – Campus Barretos, e Diretor Regional da FENET
A ocupação em Barretos teve uma grande importância para divulgar para os outros institutos a gravidade dessa medida e para incentivar outros estudantes a lutar pela educação.
Os estudantes do IFSP – Campus Catanduva também ocuparam. Após uma sequência de atos e de assembleias o Campus Catanduva foi ocupado pelos estudantes secundaristas e universitários, com apoio do Grêmio que é filiado a FENET, e organizaram diversas comissões para se manter na escola, com muito debate e conscientização. Os estudantes confrontaram as pressões da direção da escola e arrancaram várias conquistas com a ocupação.
“A ocupação foi muito importante por que além de movimentarmos os estudantes de Catanduva, que é uma cidade conservadora, a gente conseguiu algumas vitórias concretas, como a garantia da construção e funcionamento do restaurante estudantil no ano que vem, a garantia que a verba de assistência estudantil seja usada somente para a assistência estudantil, impedindo o funcionamento de um PL que muda isso, e conseguimos uma verba de 8 mil reais para a compra de materiais para laboratório. Mas o principal foi conseguir conscientizar e mobilizar os estudantes contra esses ataques à educação” disse a estudante Thayna Carvalho, presidente do Grêmio Eremias Delizoicov, do IFSP Campus Catanduva.
Os estudantes dos dois campi desocuparam suas escolas entendendo que a luta não acabou e que é necessária a unificação da luta entre todos os campi do IF contra a PEC 241.
Guilherme Brasil, Secretário Geral da FENET