Aconteceu, em Belo Horizonte, nos dias 15, 16 e 17 de junho, a 23º Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba. Vários Centros Culturais e Casas de Solidariedade se reuniram e debateram a situação atual do país que foi palco da primeira Revolução Socialista das Américas. Esta convenção foi dedicada à memória do Comandante Fidel Castro e homenageou os 50 anos da imortalidade de Che Guevara, que se completam neste ano.
A mesa de abertura contou com a participação de vários membros do movimento nacional de solidariedade a Cuba, dentre eles o recém criado Instituto Fidel Castro, composto por médicos que fizeram seu estudo na Escola Latino-Americana de Medicina, em Cuba, o Presidente da Associação Cultural José Martí de Minas Gerais, José Vieira, e o Presidente do Centro Cultural Manoel Lisboa, Edival Nunes Cajá. Em sua fala, Cajá denunciou o recuo do Governo Trump nas relações com Cuba como mais um ataque do imperialismo, mas que isso não abafaria à solidariedade a Cuba de todo o mundo.
O tema da primeira mesa foi o do Bloqueio a Cuba e a Reintegração da Baía de Guantánamo, que teve a participação de Nélida Hernández, ministra conselheira da Embaixada de Cuba no Brasil, de Beto Almeida, jornalista e membro da junta Diretiva de Telesur, e de Socorro Gomes, presidenta do Conselho Mundial da Paz. Nessa palestra foi discutida a necessidade e a importância da comunicação entre os povos solidários a Cuba, pois informações importantes sobre o bloqueio e a invasão dos EUA na Baía de Guantánamo não têm chegado ao resto do mundo e, quando chegam, são manipuladas e deturpadas pela mídia imperialista. A comunicação precisa ser mais utilizada pelos movimentos populares, como uma ponte para denunciar as violações que Cuba tem sofrido durante estes processos. Segundo Nélida Hernández, “Cuba continuará resistindo e lutando para manter sua independência, que foi duramente conquistada com a revolução”.
Já na segunda mesa, o tema foi a atualidade do modelo econômico de Cuba. Esta mesa contou com Breno Altman, jornalista, diretor do site Opera Mundi, e Juan Pozo, 1º Secretário, Chefe da Oficina Política. Durante o processo econômico socialista, Cuba foi auxiliada por vários fatores externos para sua estabilização, como, por exemplo, a eleição de presidentes progressistas nos países da América latina, dentre os mais importantes, Hugo Chávez. Este auxiliou Cuba no acesso ao petróleo, o que garantiu aos poucos a resolução da crise energética. As medidas neoliberais “forjadas” pelo FMI para a derrubada desses mesmos governos progressistas levou Cuba a adotar medidas especiais, como o incentivo à abertura de pequenos negócios a fim de que os cubanos dependam menos da economia estatal, assim reduzem-se os custos e aumentam-se as receitas do Estado, ativando o mercado interno.
O Programa Mais Médicos foi abordado também numa mesa (além de um grupo de debate sobre as ações reacionárias da mídia contra Cuba) e teve como expositores Raimundo Rodrigues Pereira, jornalista que dirigiu o jornal Movimento e atualmente dirige o projeto jornalístico Oficina da Informação; Rita Freire, jornalista, ex-presidente do Conselho Curador da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC); e Laura Pujol, Cônsul Geral de Cuba para o Nordeste do Brasil. Outro grupo foi sobre as ações dos movimentos de solidariedade em nosso país, como as Brigadas Internacionais de Solidariedade.
No segundo dia, a mesa foi sobre o legado de solidariedade para com os povos de Fidel Castro e de Che Guevara. O destaque foi a exposição de Santiago Feliú, que acabou de lançar um livro sobre todas as canções feitas no mundo em homenagem a Che, chamado Canto Épico a la Ternura. Músicas como Che, de Geraldo Vandré, compõem as 100 músicas reunidas neste livro.
Neste clima revolucionário de homenagens terminou a 23ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, e ainda aprovando que a próxima será em Santos – SP. O sentimento da necessidade de aprofundar os laços brasileiros com Cuba são de grande importância para quem defende uma transformação social em nosso país. O direito à insurgência dos povos e a luta contra o imperialismo são grandes lições dadas por Ernesto Che Guevara e Fidel Castro Ruz. Longa vida à Revolução Cubana!
Maura Rodrigues e Renato Campos, Belo Horizonte