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sexta-feira, 29 de março de 2024

Morre Armando Hart, um dos líderes da Revolução Cubana

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Faleceu na tarde ontem (27/11), em Havana, reconhecido intelectual e político cubano Armando Hart Dávalos, aos 87 anos, devido a uma insuficiência respiratória.

Nascido em Havana, em 13 de junho de 1930, Hart iniciou suas atividades políticas como líder estudantil na Faculdade de Direito da Universidade de Havana. Quando ocorre o golpe de Estado de 10 de março de 1952, ele estava à frente da mobilização dos estudantes em defesa dos princípios democráticos e, em nome da Associação dos Estudantes de Direito, denuncia a ilegitimidade do regime perante os tribunais.

Armando Hart integrou o Movimento Nacional Revolucionário, de projeções democráticas, patriotas e anti-imperialistas. Quando, em abril de 1953, seu líder principal, o professor Rafael García Bárcena, foi acusado de conspiração, ele o defende como advogado, defendendo nos tribunais o direito do povo à rebelião.

Uma vida dedicada à revolução

Hart estabelece relações com jovens oposicionistas em várias províncias de Cuba e desenvolve fortes laços revolucionários com Frank País. Antes das eleições convocadas pela ditadura em novembro de 1954, foi preso junto com Faustino Pérez e outros companheiros em uma reunião clandestina e acusado de planejar atos de sabotagem e agitação.

Hart foi um dos fundadores do Movimento 26 de Julho, ao lado de Fidel e Raul Castro, e um de seus principais dirigentes em Cuba. Juntamente com Frank País, Haydee Santamaria, Vilma Espín, Asela de los Santos e outros companheiros, participou ativamente da revolta de 30 de Novembro de 1956, em Santiago de Cuba, em apoio ao desembarque do iate Granma. Em seguida, desenvolve intenso trabalho para organizar células em várias províncias, estabelecendo vínculos com setores populares, trabalhadores, camponeses e estudantes.

Em 1957, após participar de uma reunião com Fidel na Sierra Maestra, é preso e condenado a vários anos de prisão. No cárcere, estimula a agitação entre os presos políticos contra os crimes e a arbitrariedade da ditadura de Fulgêncio Batista. Tempos depois, consegue fugir da cadeia e junta-se à luta clandestina, sendo nomeado Coordenador Nacional do Movimento 26 de Julho.

Em janeiro de 1958, é novamente preso, sendo libertado somente após o triunfo da Revolução, em 1º de janeiro de 1959.

Papel fundamental após a Revolução

Após a Revolução, foi nomeado Ministro da Educação, cargo que ocupou até 1965. Dirigiu a Campanha de Alfabetização, conhecida como a mais vasta e efetiva já realizada na América Latina, conseguindo levar a educação pública para toda a população e criar as bases para o sistema educacional cubano cuja qualidade é reconhecida mundialmente.

Em seguida, foi ministro da Cultura, de 1976 a 1997, cargo onde criou numerosas instituições culturais e uma rede articulada de educação artística nos lugares mais remotos do país e que possibilitou a promoção nacional e internacional de talentos cubanos em todas as artes.

Armando Hart também foi membro do Birô Político do Comitê Central e Secretário de Organização do Partido Comunista de Cuba desde a sua fundação até 1997.

Ao longo de sua vida, Hart foi um defensor ardoroso da identidade nacional cubana e da integração cultural latino-americana e caribenha com base nas ideias de Jose Martí. Sua morte deixa uma lacuna enorme que deverá ser preenchida pelas novas gerações inspiradas em seu exemplo de luta e abnegação pela independência e soberania de Cuba.

Da Redação, com informações de Cuba Debate

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