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sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Pistoleiros invadem assentamento do MST em Marabá e até crianças são alvo de disparos

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Atuação de pistoleiros a serviço de latifundiários têm aumentado no sudeste paraense.

Ontem (11/12), por volta das 16h30, três caminhões com pistoleiros, a mando do latifundiário Rafael Saldanha, invadiram o assentamento Hugo Chávez, no município de Marabá, sudeste do Pará, e abriram fogo contra diversos trabalhadores rurais e moradores da localidade, entre os quais até crianças. A Justiça do Estado concedeu liminar favorável ao fazendeiro, estabelecendo 13 de dezembro de 2017 como data limite da desocupação. Quando estavam desmontando barracos para entrega do local, os assentados foram surpreendidos pelos jagunços, que apenas cessaram os disparos duas horas depois, por volta das 18h30.

O sudeste do Pará é líder em conflitos agrários no Brasil. Somente em 2017 foram registrados mais de 25 assassinatos de trabalhadores rurais apenas na área de influência do município de Marabá. Em 24 de maio, 10 trabalhadores rurais foram brutalmente assassinados pela tropa de choque da PM e por agentes da Polícia Civil. O massacre ocorreu na Fazenda Santa Lúcia, que havia sido ocupada no dia anterior à chacina. A maioria dos latifúndios instalados na região servem ao agronegócio sendo que, muitos deles, são propriedade de bancos e agências financeiras, não cumprindo função social nenhuma, apenas servindo à especulação.

O governador do Estado do Pará, Simão Jatene, mais uma vez, demonstra sua incompetência e cumplicidade em torno dos crimes que assolam a população do campo, alimentando a impunidade. Nenhum mandante foi sequer indiciado, sendo que, dentro das próprias delegacias, a orientação dada pelo delegado geral da Polícia Civil, Rilmar Firmino de Sousa, em entrevista concedida ao Jornal Liberal em 26 de maio de 2017, tem sido a de considerar os policiais envolvidos nos vários assassinatos de assentados como “pessoas que precisam de atendimento psicológico”(!) Assassinar, para ele, não mais se caracteriza como crime, e sim como “sofrimento psíquico”!

Diante de tudo isso, e, segundo Carlinhos Manaças, da direção do MST-PA, a “única saída é resistir e denunciar, para que mais massacres, como o de El Dorado dos Carajás e de Pau D’Arco, não se repitam mais”. Até o momento não foi divulgado se há feridos entre as vítimas, porém as denúncias de órgãos de direitos humanos e da Comissão Pastoral da Terra começaram a ser impetradas, e os responsáveis por esse ato de terrorismo e banditismo não ficarão impunes.

Toda solidariedade às companheiras e companheiros do MST-PA!

Toda solidariedade ao assentamento Hugo Chávez!

Redação Pará 

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