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sexta-feira, 29 de março de 2024

A necessidade de uma nova Democracia Corinthiana

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A Democracia Corinthiana foi um movimento de jogadores de futebol do Corinthians que ampliava a participação de jogadores e funcionários nas decisões tomadas pelo clube. Este movimento compreende o período entre 1981 e 1985.

Liderado por Sócrates, Wladimir e ganhando força com a chegada de Walter Casagrande, a Democracia Corinthiana prezava pelos princípios democráticos que neste mesmo período estavam de sequestro nas mãos do poder militar, desde o golpe de 1964. Enquanto as ruas já gritavam por eleições diretas e fim do regime, a Democracia Corinthiana mostrava o exemplo de um local justo, democrático, onde todos tinham vez e voz, do porteiro ao craque do time.

Sócrates sempre assumiu suas posições socialistas e buscava que aqueles que levavam o clube às conquistas, ou seja, os jogadores e todos os outros trabalhadores, comandassem o clube de fato. Todas as decisões tomadas passavam pelo voto, das contratações ao local de concentração. Os técnicos eram escolhidos pelos jogadores; a participação nas concentrações antes dos jogos não era obrigatória; as premiações e “bichos” eram divididos de forma igual para todos, incluindo massagistas, motoristas e outros. Tudo era deliberado por assembleia. O eminente movimento foi perdendo força por disputas políticas da presidência do clube e interesses acima do coletivo. Seu fim se deu pela saída de Sócrates, que foi também uma das vozes mais importantes do movimento “Diretas Já!”.

O “futebol moderno” cada vez mais se afasta da classe trabalhadora por assumir modos elitistas e midiáticos, com um modelo de gestão baseado num capitalismo selvagem, ingressos caros e privatizações de estádios públicos, vide o estádio Mario Filho, o grandioso Maracanã. Como há 30 anos, o futebol necessita de uma nova Democracia Corinthiana, inspirada naqueles que lutaram tanto por direitos iguais, pela liberdade e pela justiça. Luta esta que se materializou nas ideias de Sócrates, Casagrande e todos aqueles que utilizaram do esporte como uma ferramenta de mudanças justas. Só a luta salva os trabalhadores, só a luta salva o futebol, o esporte mais popular do Brasil. Viva a Democracia Corinthiana! Viva Sócrates!

Vinícius Bortolotti, estudante de Direito UFF e militante da UJR

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