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sábado, 23 de novembro de 2024

Cálculo da Reforma da Previdência é apresentado apenas após decreto de sigilo

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Paulo Guedes e sua equipe apareceram no dia 26 de abril com um novo estudo de cortes de gastos após a aprovação da Reforma da Previdência, ironicamente só após o Ministério da Economia decretar sigilo dos estudos que envolvem a reforma.

BRASÍLIA – Posteriormente a aplicação de sigilo sobre estudos da Reforma da Previdência, o Ministério da Economia apresentou uma nova previsão orçamentária dos cortes previstos da previdência. A equipe econômica liderada por Paulo Guedes aproveitou-se do sigilo aplicado por ele mesmo para alterar os resultados e, com isso, anunciou uma projeção de cortes de despesas públicas de R$1,236 trilhão em 10 anos, ao invés de R$1,072 trilhão, como tinha sido apresentado anteriormente.

O governo comunicou que essa alteração de R$164 bilhões se deu por conta de reconsideração do ano de início. Ao invés de se considerar o ano de 2019, o governo de Bolsonaro diz que o impacto econômico vai se dar apenas em 2020, entendendo o tempo de tramitação da PEC no Congresso Nacional.

Nenhum motivo significativo, além da questão anual, foi apresentado como causa da diferença entre os dados, o que nos causa apenas desconfiança. Principalmente quando os novos dados só foram apresentados depois que o próprio Ministério da Economia decretou o sigilo sobre as estatísticas utilizadas nos estudos, o que impossibilita que especialistas e contrários à reforma verifiquem sua realidade e veracidade. Ou seja, o sigilo foi uma artimanha usada para permitir que Guedes e sua equipe trabalhem na manipulação de dados e informações como preferirem, sem que os trabalhadores contrários à reforma, pudessem fiscalizar seu trabalho. Uma carta branca para a falsificação, dissimulação e alteração de dados e informações.

Dos levantamentos que possuímos até o momento, nenhuma instituição além do Ministério da Economia concorda com Guedes e seus agentes. O Regime Geral da Previdência Social calcula que o corte de gastos públicos em dez anos será de R$807,9 bilhões. Já o Instituto Fiscal Independente pressupõe R$670 bilhões. Resultados muito diferentes, porque essas instituições levam em conta a correlação de forças da oposição e do centro nas sessões de negociação do Congresso, enquanto que o Ministério aplica um cálculo sectário com toda a agenda proposta pelos fascistas.

As mentiras do governo deixam claro sua falta de compromisso com o povo brasileiro.  Paulo Guedes tem tratado a reforma como uma simples atitude econômica, medindo sua eficácia pela suposta economia que traria aos cofres públicos, mas além de mentir sobre os dados, desconsidera as vidas das pessoas afetadas pelo fim da aposentadoria. Isso nos mostra que Guedes é o tipo de indivíduo capaz apenas de se comunicar pela linguagem binária, de mais ou menos dinheiro, recorre a esses cálculos exorbitantes sem nenhuma consideração da falta de aplicação do dinheiro público com as mais amplas necessidades do povo brasileiro.

Além da falácia dos dados, Bolsonaro também não fala a verdade sobre suas intenções. O governo fascista não busca resolver nenhuma contradição com as contas públicas. Na verdade, está comprometido dos maiores aos menores interesses do capitalismo.

Se o governo realmente quisesse balancear as contas públicas, poderia arrecadar até 2,17 trilhões de reais,  taxando o dinheiro não declarado que é enviado pelos bancos que atuam no Brasil para paraísos fiscais, que hoje evade sem trazer nenhum benefício ao país, apenas para si mesmos. Além do combate à evasão, o combate à sonegação de impostos por parte dos bancos e das multinacionais seria outra maneira de equilibrar as contas do governo.

As evidências não nos permitem negar, a reforma de Bolsonaro e Paulo Guedes, nada tem a ver com questões econômicas, gastos públicos ou rombo orçamentário. O que está na ordem do dia para os fascistas é a defesa de interesses dos banqueiros, sem importar o que isso representa para a vida dos milhões de trabalhadoras e trabalhadores brasileiros que dependem da previdência. As necessidades dos próximos 10 anos estão sendo resumidas em cortes de gastos abusivos e criminosos.

A proposta do atual governo vai contra a marcha do progresso. O governo faz de tudo para que seus amigos banqueiros não paguem suas dívidas e lucrem cada vez mais e mais, abrindo espaço para o regime de capitalização da previdência, que coloca as aposentadorias sob controle dos banqueiros, ou seja, de suas ambições bilionárias na Bovespa e em Wall Street.

É urgente que toda a classe operária a rejeite veementemente o discurso falso e demagógico do governo, construído a partir da censura minuciosa dos verdadeiros estudos, estatísticas e evidências, que comprovam a falsidade e as mentiras sobre essa reforma previdenciária, que destrói as perspectivas do nosso povo de ter uma vida digna e justa.

O momento é de intensificar a luta. Devemos construir milhares de manifestações, ocupações, protestos e uma grande Greve Geral da classe operária devem ser construídos por todos, de maneira ampla, devemos marchar lado a lado e constituir, através de uma luta unificada e incansável, a defesa da nossa aposentadoria e o fim do governo fascista em nosso país.

Thales Caramante – Jornal A Verdade

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