Foto: Jornal A Verdade
RIO GRANDE DO NORTE O atual presidente, Jair Bolsonaro, desde sua campanha defendia o desinvestimento na educação pública, após eleito está colocando seu programa em prática por meio do corte de 30% dos investimentos para os institutos federais. Colocando em risco os direitos básicos dos estudantes, como o acesso às salas de aula, laboratórios e aulas de campo.
O corte anunciado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, gerou grandes problemas e mostra que a medida é uma tentativa de acabar com instituições federais de ensino, sucateando a formação de trabalhadoras e trabalhadores para que esses se transformem em mão de obra barata, atendendo aos interesses dos grandes capitalistas.
Uma das instituições que sofrem com o corte é o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Apontado como um dos melhores institutos do país, o Instituto sofre com a ação do governo federal. Por possuir 92% do seu alunado com o perfil de baixa renda, segundo seu Relatório Anual de Gestão (2018), o IFRN necessita de mais verbas para o auxílio desses.
Apesar das dificuldades enfrentadas pelos estudantes, um de seus polos, o campus Natal-Central, conseguiu aprovar vinte e duas equipes, um total de sessenta e seis alunos, para a final da Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), deste ano, que ocorrerá em Campinas (SP).
O Instituto sempre marcou presença na Olimpíada de História, representando a qualidade da educação pública, que consegue superar escolas particulares de renome nacional no quadro de medalhas. No entanto, nesta edição, por conta dos cortes do governo federal, o IFRN está sendo impedido de custear integralmente a ida dos sessenta e seis estudantes à Campinas para a realização da prova final, forçando os estudantes a organizarem bazares e sorteios para cobrir os custos da viagem, além de estarem mobilizando a comunidade por meio de sua “vakinha” online.
A situação torna-se ainda mais preocupante quando se observa que a Olimpíada ajuda na formação crítica desses estudantes, posto que, ao longo das provas antes da fase final, os alunos precisam sensibilizar-se à situação dos excluídos da sociedade, pois é exigido que os participantes questionam a narrativa predominante da história, a narrativa dos opressores.
Pode-se dizer que o governo Bolsonaro entende o aprendizado emancipador como uma ameaça à aprovação das suas cruéis propostas ao povo trabalhador, como a Reforma da Previdência. Dessa forma, o corte de 30% torna-se uma essencial arma política para a defesa os interesses dos capitalistas no Brasil. Evidencia-se, portanto, a necessidade dos estudantes e trabalhadores se organizarem e barrarem as medidas anti-povo do Governo Federal.
Adriane Nunes
União da Juventude Rebelião