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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Bolsonaro ataca a democracia novamente

Em sua série diária de declarações anti-populares, Bolsonaro ataca as liberdades democráticas.

Gabriela Torres


Foto: Marcos Corrêa/Presidência

BRASIL – Com os índices de aprovação da população brasileira diminuindo exponencialmente, Jair Bolsonaro (PSL) fez mais um ataque às instituições democráticas e elogiou o período histórico do regime militar, saudando a nota em defesa ao golpe fascista do Grupo Globo, feita em 1964 pelo bilionário Roberto Marinho.

“Depois de 64, eu tinha 9 anos de idade, nós vivemos aquela fase perfeitamente identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas. E quem está falando isso não sou eu, foi um tal de Roberto Marinho. Então, meus parabéns ao Roberto Marinho, que naquele período que nós vivemos, pode ser difícil em alguma coisa, mas na economia foi 10, no respeito à família também foi 10, no amor ao próximo e à pátria também foi 10”, disse Bolsonaro.

Foto: Reprodução/O Globo


A declaração foi feita na terça-feira (3), durante o evento de lançamento da campanha Semana do Brasil, iniciativa do governo federal que visa transformar o feriado de 7 de setembro, Dia da Independência, em uma data de cunho comercial, uma “black friday verde e amarela”. O elogio do presidente foi direcionado à Roberto Pisani Marinho, dono de um dos maiores impérios da telecomunicação do mundo, a Rede Globo. O empresário, mesmo durante o período de redemocratização, foi defensor dos crimes hediondos cometidos pelos fascistas brasileiros, sob a justificativa de que havia uma suposta onda de “desordem social” que precisava ser contida:

“Participamos da Revolução de 1964, identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada”.

Além dessa menção, outras atrocidades foram pontuadas sobre o período militar pelo presidente, momento de maior subserviência imperialista do país na história recente: no dia 29 de julho, Bolsonaro debochou da morte de um assassinado pela ditadura, Fernando Santa Cruz, dando a entender que sabia do paradeiro do pai do atual presidente da OAB, Felipe Santa Cruz. A misoginia de Bolsonaro também foi exposta durante outra de suas defesas, quando saudou o coronel Carlos Brilhante Ustra, torturador responsável por diversos estupros. No início de agosto, relembrou a figura do militar, categorizando-o como “herói nacional”.

“Quando você tem um presidente da república que faz apologia à tortura, às ditaduras, dizendo que o grande problema foi que a ditadura não matou o suficiente; quando você tem um presidente que faz apologia à tortura e à ditadura do Chile e de países vizinhos; quando você tem um presidente que desrespeita as organizações das Nações Unidas, não há muita escolha, a não ser aproveitar os espaços, os instrumentos importantes de nível internacional para fazer essa denúncia”, disse o diretor-executivo do IVH, Rogério Sottili.

No mesmo dia em que tomou partido por Marinho, Bolsonaro foi processado por suas defesas: a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Instituto Vladimir Herzog (IVH) anunciaram suas intenções de denunciá-lo às Nações Unidas, e apesar disso, o presidente discursará na sede da ONU no próximo dia 24.

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