A Associação Regional de Estudantes Secundaristas do Grande ABC é uma entidade de luta fundada em 2010 e que se caracterizou, sobretudo, pelas mobilizações contra o autoritarismo nas escolas, pela qualidade de ensino, pela valorização dos professores e pelo passe livre na região do ABC paulista em 2013.
Redação São Paulo
Jornal A Verdade
Foto: Ale Anselmi/Jornal A Verdade
SÃO PAULO – Resgatando a importância da entidade e frente aos diversos ataques contra a Educação e aos direitos dos trabalhadores, foi realizado o Conselho Regional de Grêmios do ABC, em 21 de setembro, que deliberou por sua refundação, enfatizando a necessidade de organizar a resistência e a luta comum dos estudantes contra os projetos de destruição da educação, apresentados pelo governo Bolsonaro.
No Conselho Regional de Grêmios do Grande ABC, foi eleita ainda uma comissão gestora cuja principal tarefa é reativar a ARES-ABC e convocar o 3º Congresso da entidade que acontecerá em breve, no dia 15 de novembro.
Ao longo do processo de convocatória ao Congresso os secundaristas da ARES ABC vem desenvolvendo um trabalho intenso de agitação, passando em diversas escolas estaduais, promovendo panfletagens e atos em defesa da Educação Pública e mobilizando os estudantes que até então se viam desesperançosos diante da situação educacional do país, como se expressa na carta de Isac Bianor enviada ao Jornal A Verdade na ocasião do Conselho Regional de Grêmios do ABC.
CARTA DO LEITOR
A ARES-ABC vem para nos dar uma Voz Ativa!
Todos nós já estudamos numa escola que nem a minha, onde há um ciclo. Os alunos estão desinteressados, os professores estão desinteressados, a direção está desinteressada. E nisso, todos estão doentes.
Há um favoritismo dos professores, as salas que os alunos têm mais dificuldade são as mais desvalorizadas, os professores sentem tristeza e angústia de ir lecionar naquelas salas, talvez nem vendo o lado dos alunos e porque estão naquela situação, a coordenação pede para uma aula diferencial que inove e chame a atenção do aluno, mas nada é feito. Há uma clara falta de comunicação e uma insensibilidade, onde cada um vê apenas o seu lado e não o do outro.
Além disso, uma professora está doente psicologicamente, e além de não conseguir pegar licença pois o governo não autoriza, tem que lidar com denúncias e queixas de pais que não se importam com a saúde dela e apenas querem que ela lecione como se fosse um robô.
O sistema de ensino está péssimo, e o Dória quer implantar as escolas integrais, enquanto as escolas não tem infraestrutura, enquanto os professores tem que trabalhar em 3 escolas para se sustentar, enquanto os alunos tem que trabalhar em subempregos. Então, antes de qualquer coisa, queremos ser tratados como seres humanos. É aí que a ARES – ABC entra, nos dando uma voz ativa perante a situação atual, e daqui pra frente, é só luta.
Isac Bianor
Estudante, membro da ARES-ABC.