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terça-feira, 16 de abril de 2024

Mulheres realizam ato político em Viçosa pelo fim da violência

Movimento de Mulheres Olga Benário realizou um ato político em defesa da vida das mulheres e contra a violência em Viçosa. Mesmo com os índices de feminicídio e estupro extremamente altos, as mulheres passam a se organizar contra essa realidade.

Redação Minas Gerais 
Jornal A Verdade


Ato e faixa marcam Dia de Combate à Violência contra a Mulher em Viçosa (MG).

VIÇOSA (MG) – No dia 25 de novembro de 1960, Pátria, Minerva e Maria Teresa, conhecidas como Irmãs Mirabal, foram brutalmente assassinadas pela polícia secreta Leónidas Trujillo, presidente da República Dominicana. As Irmãs Mirabal se converteram em um símbolo mundial de luta pelo fim da violência contra a mulher. Desde 1981, o dia 25 de novembro se tornou uma data importante para mulheres da América Latina e, logo depois, em 1999, a data foi reconhecida pela ONU.

Os dados da violência contra a mulher são assustadores: no Brasil, uma mulher é morta a cada 90 minutos; ocorrem 5 espancamentos a cada 2 minutos; um estupro a cada 11 minutos e são registrados cerca de 179 relatos de violência por dia, segundo dados do Mapa da Violência. Além disso, ocupamos o quinto lugar no ranking dos países com maiores números de feminicídio e somos considerados o pior país da América Latina para se nascer mulher. A situação é tão grave que, em 2013, a violência de gênero na América Latina chegou a ser classificada como pandemia pela Organização Panamericana de Saúde – OPAS, sendo que uma em cada três mulheres afirma já ter sofrido violência por parte de um companheiro íntimo.

Em 2015, segundo o Global Terrorism Database (GTD), 171 pessoas morreram em consequência de ataques terroristas. No entanto, no mesmo ano, 1014 mulheres foram mortas, vítimas de feminicídio, em apenas 20 países europeus. As mortes de mulheres por crimes de gênero correspondem a quase seis vezes mais do que as mortes causadas por ataques terroristas em todo o mundo. No Brasil, entre 2007 e 2017, o número de feminicídios cresceu 20,7%, sendo 66% das mulheres assassinadas negras.

A violência contra a mulher é base estruturante da sociedade capitalista patriarcal e condição necessária para a sua manutenção. Assim, o aumento da violência contra as mulheres e a feminização da pobreza ao redor do mundo, considerando-se que 70% dos mais pobres do mundo são mulheres, são reflexos do processo atual de acumulação capitalista, que garante os rendimentos de uma minoria em detrimento do massacre da classe trabalhadora, especialmente, das mulheres.

No Brasil, a Lei Maria da Penha, sancionada em 2006 como resultado de muita luta e resistência, dispõe de alguns mecanismos de proteção às mulheres em situação de risco. No entanto, ainda há muito a se avançar! Precisamos lutar pela criação de Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher – DEAMs e pelo seu funcionamento 24 horas por dia, por casas-abrigos, pela efetivação da Lei do Feminicídio e que os crimes contra as mulheres não sejam tratados como homicídios, por Casas de Referência e por uma Rede de Enfrentamento à violência contra a mulher que funcione de fato.

Não há dúvidas que é necessária muita organização e luta das mulheres para conseguirmos acabar com a violência e exploração que nos massacra diariamente, em nossas casas, no trabalho, na universidade e nas ruas. Nós, do Movimento de Mulheres Olga Benario, lutamos por uma sociedade em que nossas vidas importem e estejam acima de qualquer lucro, por uma sociedade igualitária, sem classes, sem exploração e sem abusos.

Em Viçosa, interior de Minas Gerais, o Movimento Olga Benario realizou um ato político para marcar esta data como um dia de luta.

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