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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

“A Destruição Segue… Até Quando?”

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“O capitalismo destrói tudo para construir os degraus de ascensão da minoria que detém toda riqueza. Já destruiu até o clima, agora temos calor insuportável no inverno, tempestades torrenciais no verão e temperaturas suportáveis só para quem tem ar-condicionado. Até quando pagaremos por uma conta que não é nossa?”

Meari Manoel e Sara Lorena 
Unidade Popular Pelo Socialismo


Foto: Reprodução/Vsual

CARTA – Não quero falar em estatísticas, não quero falar difícil. Quero que todos entendam minha indignação, que compreendam o quanto o descaso e a ganância nos levam direto para o caos, para a destruição.

Quando eu tinha 15 anos, morava num bairro de São Bernardo do Campo (SBC) que se chama Jardim do Lago. Na entrada deste bairro tinham dois pilares, a estrada dos Alvarengas passa por lá. Lembro de uma grande mata e de um córrego limpo, do qual era tirada areia para construção e, a seu lado, uma represa. Hoje esse córrego de águas limpas é um fétido esgoto, e no lugar da represa tem uma construção. Isso mesmo, mataram a represa e toda vida que havia lá.

Ainda em SBC, quando vamos para o bairro Demarchi via estrada dos Feltrins, ou para o Parque Anchieta, bairro da classe média, existe um grande e assombroso desperdício de águas, que resistem para sobreviver. E os ricos do parque Anchieta são culpados pela situação! São essas pessoas que investiram em equipamentos que captam, bombeiam e lançam na boca de lobo a água limpa do lençol freático existente na região, junto com o esgoto. Não por acaso, em cima desse lençol freático, na Rua Mário Fongaro, foi construído um prédio grande e luxuoso, que somente a classe rica poderá usufruir. Brevemente será construído mais um, e com certeza depois disso, outros, destruindo de vez a fonte natural de água. Esse histórico demonstra na prática que o desmatamento não começou no governo Bolsonaro, mas que segue um programa político, que se intensificou no atual governo. Portanto, enquanto houver capitalismo, uma pequena parcela de ricos que precisam destruir os patrimônios naturais para lucrar, haverá destruição das florestas, nascentes e tudo mais que estiver pela frente. Fico indignada! Quando chegou a notícia do incêndio da Amazônia, vários estudiosos procuraram apontar culpados. Teve reportagem na televisão, manifestação e várias pessoas discursando. Bolsonaro até enviou para lá as forças armadas (como se isso fosse de fato resolver a situação). Mas a destruição segue, em maior e menor escala, acontecendo debaixo do nariz das “autoridades” que, se for um fazendeiro rico ou uma grande imobiliária protagonizando, então não tem problema. E todos os dias a natureza tenta sobreviver, enquanto por ganância muitos fingem não ver. E eu pergunto: até quando nós fingiremos que não vemos? Até o dia em que a água for direito só dos ricos, como é hoje a saúde, a mesa cheia, a moradia digna, o transporte, a educação e tantas outras coisas?

Porque é assim que acontece, quando não chove, é o trabalhador, o pobre, que fica sem água. Nos comerciais de televisão, a senhorinha que lava sua garagem é a culpada pela falta de água, mas ninguém denuncia o agronegócio. Agora, quando chove muito, ainda sim é o trabalhador pobre que paga, que perde sua casa e todos os pertences que lutou uma vida inteira para conseguir, tudo se vai com as enchentes. Acontece que cimentaram tudo para o rico passar, e acabaram com a terra que antes absorvia a água das chuvas.

O capitalismo destrói tudo para construir os degraus de ascensão da minoria que detém toda riqueza. Já destruiu até o clima, agora temos calor insuportável no inverno, tempestades torrenciais no verão e temperaturas suportáveis só para quem tem ar-condicionado. Até quando pagaremos por uma conta que não é nossa? A água um dia acaba, e o povo, em nome do lucro e do gozo da alta sociedade, mesmo residente da nona maior economia do mundo, o Brasil, acaba passando fome e sede. Até quando?

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