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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Após abordagem da polícia de Dória, jovem trabalhador negro desaparece

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Carlos Eduardo mora com a família na periferia de Jundiaí, interior do estado de São Paulo. O jovem negro fazia “bicos” como pintor e estava com 4 amigos , todos brancos, quando foi levado por uma viatura da Polícia Militar, desde então nunca mais foi visto. 

Jorge Ferreira


Foto: Reprodução/Facebook

JUNDIAÍ (SP) – Na última sexta-feira do ano, dia 27 de dezembro, Carlos Eduardo dos Santos Nascimento estava se divertindo em um  churrasco com 4 amigos no bairro Jardim São Camilo, periferia da cidade de Jundiaí, onde mora com sua família, quando o grupo foi abordado por policiais militares. Segundo os amigos, após serem revistados, um dos policiais apreendeu apenas o aparelho celular de Carlos Eduardo, único negro na ocasião, e apenas o jovem de 20 anos foi colocado dentro da viatura. Desde então nunca mais foi visto.

Seu pai, Eduardo Aparecido do Nascimento, segurança, revelou à Ponte Jornalismo que foi duas vezes à delegacia de plantão no dia do desaparecimento  do seu filho  e foi informado que ele não tinha dado entrada, também verificou em hospitais e no Instituo Médico Legal (IML) e não obteve nenhuma notícia sobre o paradeiro Carlos Eduardo.

Cadu, como é chamado pelos amigos, estava desempregado e fazia “bicos” como pintor nesse período e pretendia terminar o ensino médio no ano de 2020, pra futuramente conseguir cursar ensino superior graças à uma bolsa de estudos que o pai tem direito por ser segurança de uma universidade. No dia seguinte ao  sequestro, os próprios familiares e amigos começaram as buscas até mesmo numa mata próxima da região, uma vez que nenhum órgão oficial se dispôs a colaborar.

O sumiço de Carlos Eduardos, jovem negro da periferia de Jundiaí, acontece 45 dias depois do sequestro e assassinato de Lucas, adolescente de 14 anos, abordado por policiais militares em frente à sua casa em Santo André, ABC Paulista, após comprar refrigerante na quitanda da favela onde morava com a família. Ambos os casos escancaram a política genocida da Polícia Militar do Estado de São Paulo sob o comando do governador João Dória (PSDB).  Ainda quando prefeito da capital paulista, Dória criou uma série de programas para literalmente varrer a população negra e pobre do centros da cidade. Agora  à frente de uma polícia militar que tem na raiz da sua existência o assassinato de jovens da periferia, o governador parece não não disfarçar a ideologia racista herdada de sua família escravocrata, e tem autorizado a instituição responsável pela segurança pública em todo o estado a intensificar o genocídio da população mais pobre, sequestrando e desaparecendo com corpos negros.

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