Moradores do Jaguaré pressionam e prefeitura recua de despejo às pressas

36

Em reunião com Secretário Adjunto de Habitação, moradores barraram ameaça  recebida nas vésperas de natal de despejo  de dezenas de famílias no próximo dia 15.

Jorge Ferreira


Fotos: Andressa Paz/Jornal A Verdade

SÃO PAULO – A dupla João Dória e Bruno Covas, governador e prefeito de São Paulo,  foi surpreendida na tarde dessa quinta-feira (9) com a organização das famílias ameaçadas de despejo no final do último ano. Em reunião com o Secretário Adjunto de Habitação Ricardo Luiz, os moradores conseguiram a revogação do despejo marcado para a próxima semana, uma nova reunião com a Sub Prefeitura da Lapa, responsável pela Ordem de Remoção, além de estabelecer um canal de comunicação direto entre a prefeitura e os representantes do bairro.

Ás vésperas do último natal, uma representante da Prefeitura de São Paulo visitou os moradores que há mais de 20 anos vivem na comunidade Engenheiro Billings, bairro do Jaguaré, região oeste da capital paulista. A servidora não vinha trazer propostas de melhoria no saneamento básico, no acesso ao bairro, tão menos de construção de moradias populares, pelo contrário, trouxe uma “Ordem de Remoção” e conforme circula em vídeos gravados pelos moradores, as famílias tinham até o dia 15 de janeiro para saírem das casas que seriam demolidas.

Desde então começou um intenso trabalho por parte das famílias. O natal e a passagem de ano foram dedicados à mobilização de toda a comunidade para impedir o despejo. Na primeira semana do ano, os moradores elegeram uma Coordenação do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas  do Jaguaré para organizar a resistência.

Essa foi a primeira vitória da comunidade frente a criminosa tentativa do Poder Público de colocar dezenas de famílias para morar na rua. Após a reunião com o Secretário , vários moradores se reuniram ali mesmo na porta do prédio  da Secretaria de Habitação para fazer um balanço da batalha travada até esse momento. Em todas as falas, os trabalhadores e trabalhadoras apresentaram a disposição para continuar a mobilização para barrar o despejo de forma definitiva e lutar até as últimas consequências para conquistar uma moradia digna.