Por Thainá Battesini Teixeira
Professora da rede estadual
Presidenta da UP em Passo Fundo/RS
Militante do Movimento Luta de Classes – MLC/RS
RIO GRANDE DO SUL – No final de 2019, professores e funcionários da rede pública estadual de ensino do Rio Grande do Sul aprovaram uma das maiores paralisações dos últimos anos contra o pacote de reforma administrativa apresentado pelo governador Eduardo Leite (PSDB). Mesmo com a greve, foram aprovadas a chamada Reforma da Previdência estadual e os demais projetos do pacote, incluindo alterações no plano de carreira.
Em assembleia na época a categoria optou pela continuidade da paralisação abrindo a possibilidade de suspensão e recuperação dos dias parados caso o governo se comprometesse a não descontar o salário dos grevistas.
No entanto, não foi possível chegar a um acordo. Em reunião com o CPERS Sindicato e a Secretaria estadual de educação (Seduc), a proposta do governo era o pagamento do salário da categoria naquele mês, com desconto proporcional aos dias parados ao longo dos próximos seis meses mediante a assinatura de acordo entre os professores e o estado.
Nem a pandemia foi capaz de impedir que Eduardo Leite implantasse a política de sufocar as greves e a organização da categoria. Entramos no terceiro mês em que os professores e funcionários sofrem com descontos salariais mesmo sem assinar o acordo proposto pela Seduc.
Em nota, o sindicato diz que “trata-se de uma punição cruel, desumana e injusta, calculada friamente para frear futuras mobilizações e facilitar o desmonte da educação”. Os descontos seguem mesmo com os serviços prestados e os dias letivos recuperados, sem prejuízo aos estudantes.
Em meio a uma pandemia, os trabalhadores não conseguem receber o total de seus salários para poder sobreviver em meio à crise.
Eduardo Leite ecoa a política de morte de Bolsonaro. Não demonstra nenhuma consideração a vida dos profissionais da educação, fazendo-se cada vez mais necessário um governo popular pela vida dos trabalhadores.