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sábado, 16 de novembro de 2024

Prefeitura e ATENTO querem reabrir a empresa após protestos

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Os trabalhadores da ATENTO estão conscientes de seus direitos e de sua força e já começam a organizar as lutas da próxima semana, para que ninguém seja obrigado a trabalhar colocando em risco a sua saúde e a de sua família.

João Coelho


Foto: Jornal A Verdade

SÃO BERNARDO DO CAMPO – Nos últimos dois dias tomou repercussão nacional a luta dos operadores e operadoras de Telemarketing da ATENTO São Bernardo. Após dois dias de mobilização e paralisação por parte da maior parte dos trabalhadores da empresa, a Vigilância Sanitária, que já havia visitado local três vezes nos dias anteriores, decidiu por interditar o prédio por más condições de saúde e segurança à partir do dia 20/03. Uma histórica vitória da luta da categoria.

Porém, já na noite do dia 20/03 a empresa enviou mensagens e realizou ligações para os funcionários dizendo que a partir de segunda-feira (23/03) as atividades voltariam ao normal, que 30% dos funcionários iriam se manter trabalhando normalmente e que só estavam liberados para ficar em casa aqueles que já tinham recebido licença remunerada antes da interdição do prédio. Mais: a empresa até o momento não assume que o prédio foi interditado pela vigilância sanitária, alega que o que aconteceu foi um acordo entre a direção da empresa e a Prefeitura para melhorar as condições de trabalho dos funcionários.

Fato é que a empresa não se importa com a saúde e o bem estar dos trabalhadores. Após a interdição do prédio a empresa forçou os funcionários a continuarem trabalhando até o encerramento do turno de trabalho; a liberação dos trabalhadores que estavam dentro do prédio só aconteceu quando militantes da Unidade Popular, do Movimento Luta de Classes e outros trabalhadores que se manifestavam na entrada da unidade se revoltaram e entraram no prédio para avisar seus companheiros de trabalho que havia uma interdição e que todos ali corriam risco de vida.

A Prefeitura da cidade é conivente com a empresa. A interdição do prédio já devia ter sido executada desde o dia 18.03, quando ocorreu a primeira visita da Vigilância Sanitária. No entanto, a interdição só ocorreu após a greve, a denúncia e a cobrança dos trabalhadores. Tanto a direção da empresa como o Prefeito Orlando Morando (PSDB) não assumem a importância da mobilização dos trabalhadores para a garantia do direito à saúde e dão declarações dizendo que a interdição é fruto da preocupação dos patrões e do Prefeito com o povo. Mentira!

A prova dessa mentira é que além da empresa convocar os trabalhadores para o trabalho na segunda feira, Orlando Morando disse em uma transmissão ao vivo que se a empresa cumprir as exigências da Vigilância Sanitária vai liberar o retorno das atividades (medidas essas que, em uma situação de pandemia, não irão resolver o problema), que não iria interferir na iniciativa privada e que confiava na diminuição natural da circulação de pessoas, insinuando que os patrões vão liberar os trabalhadores por iniciativa própria. Orlando Morando sabe que isso não é verdade, ele mesmo é de uma família dona de supermercados na região e nunca tratou seus funcionários com o devido respeito e a garantia dos direitos trabalhistas, o que está fazendo é aliviar a situação dos ricos da cidade, permitindo que estes continuem lucrando nas costas dos trabalhadores em meio à uma crise de saúde pública.

Porém os trabalhadores da ATENTO estão conscientes de seus direitos e de sua força e já começam a organizar as lutas da próxima semana, para que ninguém seja obrigado a trabalhar colocando em risco a sua saúde e a de sua família.

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