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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Preocupação de Bolsonaro é socorrer empresas aéreas

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Por Isabella Alho

O coronavírus afetou diversos Estados e tem causado muito alarme na população. Em muitos locais as aulas foram suspensas, atos foram cancelados e aglomerações interrompidas. É necessário refletirmos sobre isso.

Segundo recomendação da OMS, o ideal é que evitemos aglomerações. Contudo, os patrões, que pouco se importam com a vida dos trabalhadores, continuam com a produção. Funcionários de fast food, shopping, fábricas, faxineiras, seguranças, empregadas, entregadores e outras profissões, formais e informais, continuam em serviço normalmente. Com as aulas cancelada, as mulheres que trabalham, não tem onde deixar as crianças. A política de isolamento só funcionará para uma classe. A classe dos ricos.

Além disso, nas periferias da cidades, as habitações não têm saneamento e muitas são insalubres. Esgoto a céu aberto, lixões, áreas contaminadas, pouca ventilação e incidência de sol, tudo isso faz com que as doenças se proliferam de maneira mais veloz. Investir em saneamento e moradia digna é, na prática, economizar em tratamentos de doenças. Contudo, o Governo Bolsonaro cancelou todas as políticas de melhoria habitacional e urbanização. Também cortou verbas do Sistema Único de Saúde (SUS) e das Universidade Públicas, importantes políticas de manutenção da saúde da saciedade. O Governo Bolsonaro fez a escolha de abandonar o povo pobre e salvar os ricos.

“Nós vamos adotar medidas de emergência para manter as empresas voando. Uma hora essa crise vai passar, e nós vamos abrandar a crise com as medidas que vamos tomar”, disse o Ministro da Infraestrutura Tarcísio Freitas. A medida anunciada é a desoneração das folhas de pagamentos. A solução deve ser descontar o gasto da companhia com salários da base do cálculo do PIS e da Cofins. Ou seja, os gastos que a empresa teria com os salários dos trabalhadores vai ser pago pago Estado.

Quando as empresas precisam lucrar, uma das medidas é sempre diminuir o salário dos trabalhadores. Essa medida, no entanto, não significa um aumento no salário dos contratados, significa que o imposto embutido nos salários que devem ser pagos pelas empresas ao Estado, será descontado. As empresas são mais precisarão pagar esses impostos.

Um governo que escolhe aprovar medidas emergenciais para salvar empresas aéreas bem como manter os trabalhadores em situação de risco em aglomerações e no lugar de fortalecer o SUS, investir em saneamento e pesquisas científicas é um estado criminoso.

Sempre se escuta dizer que o SUS, a educação e outros serviços que são oferecidos gratuitamente pelo estado deveriam ser privatizados para melhorarem sua qualidade e que o estado não tem recursos e nem concorrência para oferecerem um alto padrão de serviço. Contudo é a esse mesmo estado que as empresas recorrem quando veem se aproximando uma crise. As empresas e o grande capital financeiro de aliam ao estado burguês para defender seus interesses, deixando os interesses públicos e do povo pobre de lado.

Uma crise financeira se alastra pelo país, gerando extremo desemprego e doença. Nesse momento, precisamos de um Estado comprometido com o povo e com políticas públicas de segurança e de saúde e não com os bancos e as empresas. E só existirá esse estado quando ele for construído pelos trabalhadores e trabalhadoras. A construção do poder popular é urgente e o Governo Bolsonaro está com seus dias contados.

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