Por Secretaria Executiva do Comitê Anti-imperialista General Abreu e Lima
Em 6 de abril de 1794, exatamente há 226 anos, por volta de meio dia, no Engenho Casa Forte, na periferia de Recife, nascia uma das figuras mais ilustres e combativas da história brasileira, José Inácio de Abreu e Lima, filho de Lucíola Souto de Abreu e Lima e de José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima, conhecido na história como Padre Roma.
Naquele período, quando Recife irradiava ideias emancipadoras e libertárias, o jovem Abreu e Lima, aos 17 anos, seguiu para o Rio de Janeiro, foi cursar a Academia Real Militar. Retornou para Pernambuco com a patente de capitão de artilharia.
Em 1817 irrompeu a Revolução Pernambucana, que teve como um de seus principais objetivos a independência do Brasil e um de seus comandantes o pai de Abreu e Lima, o Padre Roma. Uma das primeiras providências do governo Provisório Revolucionário foi buscar apoio para construir a unidade na luta contra a Coroa Portuguesa. Padre Roma seguiu para Salvador, entretanto um alcaguete o denunciou, levando-o a prisão assim que chegou a Bahia. Sumariamente foi condenado a morte. Em 29 de março, no Campo da Pólvora, Abreu e Lima e seu irmão, Luís Roma, assistem impotentes ao fuzilamento do pai.
Aos 24 anos, depois de enviar uma carta ao Libertador Simon Bolívar, o capitão Abreu e Lima recebeu como resposta o convite para se integrar ao Exército Bolivariano. Atuou inicialmente como articulista e editorialista do Correo del Orinoco, semanário que teve a finalidade de propagar as ideias de liberdade dos povos colonizados pelos espanhóis. Bolívar e Abreu e Lima tiveram uma amizade baseada na luta pela liberdade. Abreu e Lima acabou por se integrar aos combates nos Batalhões de Libertação. Na Batalha de Carabobo, o tenente coronel Abreu e Lima foi ferido gravemente. Recuperado, seguiu o combate ao lado do libertador. Foi promovido a general por ordem de Bolívar por meio de um decreto do presidente da Colômbia, general Rafael Urdaneta.
O sonho da unidade dos povos levado adiante pelo Libertador, Simon Bolívar, que se efetivaria com a criação da Grã-Colômbia (Nova Granada, Venezuela, Quito, o norte do Peru e o sul da atual Costa Rica) não se efetivou devido as traições que ocorreram.
Em 17 de dezembro de 1830, Abreu e Lima acompanhou ao lado dos verdadeiros amigos o momento em que o Libertador, Simon Bolívar, faleceu. Após o enterro de Bolívar, Abreu e Lima escreveu:
“Libertador: eu tinha tanto afeto que lutei por você como se fosse meu próprio pai, e não meu chefe. Carabobo, onde derramei meu sangue, Savana de Guarda, Puerto Cabello, e outros locais me viram sempre de lança em riste, como o mais simples campeiro, porém você foi sempre tudo para mim nestas andinas paragens”.
Abreu e Lima deixou escrito o livro O Socialismo, escrito em 1855, quando defendeu uma sociedade mais justa e humana, socialista, mesmo sem nunca ter lido Karl Marx.
O general das massas, como Abreu e Lima, ficou conhecido, teve o seu reconhecimento assegurado pelo Comandante Hugo Chávez, que resgatou a sua importância nas lutas dos povos latinos.
Lembrar o General Abreu e Lima, na data em que se completam 226 anos de seu nascimento é uma necessidade histórica, neste momento em que muitos generais brasileiros, diferente do glorioso militar pernambucano, traem os interesses nacionais e servem aos imperialistas, os novos colonizadores.
O General Abreu e Lima sempre será um dos mais destacados referenciais para nortear as lutas e ações do povo brasileiro em busca da justiça social, da liberdade e da verdadeira emancipação humana, a conquista da sociedade socialista.
General Abreu e Lima, presente!!
Brasília, 06 de abril de 2020 – 226 anos do nascimento do glorioso general Abreu e Lima