Na última sexta-feira, dia 24 de abril, morreram 357 brasileiros contaminados pela Covid-19. No dia anterior, foram 403 pessoas mortas. Em todo o país, quase quatro mil pessoas já morreram. No Estado do Amazonas, famílias imploram nos hospitais para internarem parentes. Em vez de leitos, os hospitais estão alugando caminhões frigoríficos para colocar os corpos dos que morrem. Em Belém, sete cadáveres foram deixados no chão de uma UPA, todos vítimas da Covid-19. Sim, cadáveres, corpos de brasileiros que perderam suas vidas porque foram contaminados pelo novo coronavírus e nem as UPAs nem os hospitais têm respiradores.
No Rio de Janeiro, segunda cidade com mais mortes por coronavírus, 230 de pessoas estão na fila de espera por um respirador. Aguardam em macas ou cadeiras que algum paciente morra ou não necessite usá-lo. Muitos não suportam a espera e acabam falecendo. Em São Paulo, a cidade com mais hospitais e conhecida como a capital financeira do Brasil, sete pessoas morrem a cada hora. No Estado do Ceará, o governador anuncia que não tem mais leitos na UTI. Pernambuco já está com 95% das vagas preenchidas.
Na verdade, na maioria dos hospitais públicos faltam até os equipamentos de proteção individual, como máscaras e luvas para médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde. Infelizmente, essa situação dramática vai se agravar, pois nenhum desses estados atingiu ainda o pico da doença, que especialistas dizem que será nos meses de maio e junho.
Não bastasse, dezenas de milhares de brasileiras, muitas grávidas, e outros milhares de idosos se aglomeram em filas nas agências da Caixa Econômica para receber o auxílio emergencial aprovado pelo Congresso Nacional, mas que o governo de Bolsonaro e de Guedes faz questão de humilhá-los todos os dias. Ademais, o desemprego assola os trabalhadores: estudo realizado pela organização Vozes das Periferias revelou que 60% dos moradores da Vila Prudente, Zona Leste de São Paulo, ficaram desempregados ou foram dispensados por tempo indeterminado por conta da pandemia do novo coronavírus.
Esta é a situação dramática em que vive o povo brasileiro. Uma situação que poderia ser evitada se o Governo Federal não fosse um governo da classe capitalista, dos banqueiros e dos corruptos. De fato, em um ano e quatro meses, o Governo do capitão reformado não construiu um hospital público no Brasil, mas colocou mais de um trilhão de reais nos bolsos dos banqueiros e especuladores.
O mais grave é que, em meio a todo esse sofrimento da população brasileira, o capitão reformado, que se intitula chefe supremo do país e que vive num Palácio com piscina e comendo do bem e do melhor, tudo pago pelo povo, diz que a Covid-19 é uma gripezinha, que 70% da população vai se contaminar mesmo, que é preciso ter paciência, demite o ministro da Saúde e trava uma guerra suja com Sergio Moro para saber quem vai controlar a Polícia Federal, que investigações serão realizadas e quais serão encobertas.
O capitão reformado conseguiu esconder na campanha eleitoral que tinha colocado duas bombas nos quartéis do Exército e que por este ato chegou a ser preso. Mas agora todo o Brasil ficou sabendo que ele está desesperado, não porque pessoas estão morrendo, mas com as investigações que o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Polícia Federal realizam sobre as atividades ilícitas e antidemocráticas de seus filhos. Em seu patético pronunciamento, em meio ao maior panelaço da história do Brasil, foi possível ouvir da boca suja do presidente que ele não quer que a Polícia Federal investigue quem mandou matar Marielle Franco e Anderson Gomes. Por que o presidente não quer que o Brasil saiba quem mandou matar Marielle?
Tem mais. De acordo com o pedido enviado ao STF, o falso messias cometeu os seguintes crimes: corrupção passiva, falsidade ideológica, obstrução da Justiça e violação da Constituição. São tantos crimes que, segundo fontes ouvidas pelo jornal A Verdade, até Collor ficou envergonhado.
Todos sabem que o capitão reformado não tem respeito nenhum pela Constituição ou pela Justiça, detesta eleições diretas e é um admirador da tortura e dos torturadores. Mas, agora, o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (herói do general Vilas Bôas e do riquíssimo dono da Havan) revelou os objetivos reais do Governo Bolsonaro: impedir que a Polícia Federal continue a investigação que prova que as fake news são produzidas por robôs controlados por dois filhos do ex-presidente, suspender a investigação sobre o enriquecimento ilícito do seu filho Flávio Bolsonaro com as rachadinhas, mecanismo que fez com que Fabrício Queiroz depositasse um polpudo cheque na conta da esposa de Bolsonaro, e evitar ainda o prosseguimento da investigação sobre quem organizou os atos defendendo o AI-5, o fechamento do STF e do Congresso Nacional e o fim das eleições diretas, ou seja, uma intervenção militar, muito embora este governo bata recordes de militares em cargos de confiança.
Disse um ex-presidente que Bolsonaro está cavando sua própria fossa. Pelo visto, já que uma meia-dúzia de generais do Exército emprestam seus nomes e biografias ao capitão reformado e as suas tramoias, terá que ser uma fossa grande.
Sergio Moro, como um rato que vê o barco de Bolsonaro afundando num mar de óleo ou vítima de alguma queimada, pula fora, tenta salvar sua própria pele e expõe as vísceras de seus parceiros e parceiras de crime organizado.
O povo continua nas ruas lutando para sobreviver. Nesta luta que trava pela vida contra a Covid-19 e o governo do desemprego, da corrupção, das fake news e que quer cassar seu direto de voto, vai conhecendo quem são os verdadeiros amigos do povo e quem são seus inimigos. Este é o primeiro passo para desenvolver uma consciência revolucionária, aquela em que se descobre a força transformadora das massas trabalhadoras e que leva a tomar a decisão de varrer a podridão da burguesia e acabar com este miserável e corrupto sistema capitalista.
Da Redação