Por Heron Barroso
Rio de Janeiro
O Facebook, aplicativo de propriedade do bilionário estadunidense Mark Zuckerberg, possui mais de 2,3 bilhões de usuários ativos em todo mundo. Sua massificação impactou as atitudes, comportamentos e até o modo de pensar de toda uma geração ao redor do mundo.
Porém, um dos aspectos menos debatidos sobre o uso do Facebook – não por acaso – são os prejuízos para a saúde mental dos usuários dessa “rede social”. Ao contrário da propaganda de que as redes sociais aproximam as pessoas, estreitam laços e aumentam a socialização entre elas, não é bem uma sensação de felicidade que está sendo gerada entre seus usuários mais frequentes.
Pelo menos é o que aponta estudo conjunto divulgado pelas universidades de Nova Iorque e Stanford, nos Estados Unidos, que revelou que “um mês fora do Facebook aumenta o bem-estar geral, reduz a ansiedade, a depressão e o tempo dedicado posteriormente a esta rede social”.
Os pesquisadores chegaram a essa conclusão usando o mesmo método que os cientistas utilizam para saber se um remédio funciona ou não: reuniram 2.844 usuários do Facebook e os dividiram em dois grupos. Um dos grupos ficou um mês sem usar a rede social, enquanto o outro, chamado de “grupo de controle”, continuou conectado normalmente. O resultado da pesquisa consistiu em monitorar as diferenças comportamentais entre os dois grupos.
“As pessoas que estavam fora do mundo dos likes respondiam aos pesquisadores que se sentiam mais felizes, mais satisfeitos com sua vida e com menos depressão e ansiedade. Essa melhora equivalia entre 25% e 40% dos benefícios oferecidos por uma terapia psicológica”, explica Hunt Allcott, chefe da pesquisa.
Os ex-usuários do Facebook também passaram a ficar mais tempo com os amigos e a família, se divertiram mais e também tiveram mais tempo pra si mesmos. “Em geral, ocuparam seu novo tempo livre com atividades mais saudáveis, e isso se refletiu em seu estado de ânimo”, relata Allcott. Logo, se desconectar do Facebook faz bem à saúde, e o mesmo vale para outras redes sociais, como o Instagram, por exemplo.
Numa sociedade capitalista como a nossa, que está em franco processo de desintegração, a melhor maneira de enfrentar todos os males gerados pelo sistema é se conectando de verdade com as pessoas, cara a cara, olho no olho, de preferência se unindo a outros explorados pelo capitalismo e compartilhando a esperança de que só a luta muda a vida.