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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Em colapso, Belém sofre com Covid-19 e alagamentos

INUNDAÇÃO – AS famílias que precisam ficar em casa contra a pandemia agora estão isoladas. (Foto: Reprodução)

Welfesom Alves e Fernanda Lopes

BELÉM (PR) – Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do total de pessoas vivendo em casas sem esgoto, 63% (46,526 milhões de pessoas) moram no Norte e no Nordeste. No Norte, 79,3% dos habitantes moram em domicílios sem esgoto sanitário. Esses números em Belém, capital do Pará, são alarmantes: somente 13% das residências possuem coleta de esgoto.

Para piorar o cenário caótico na capital, a “Cidade das Mangueiras” está se transformando na “Cidade do Alagamento”, com constantes localidades alagadas mesmo com chuvas fracas, o que resulta em perdas de eletrodomésticos, móveis, utensílios e, em alguns casos, até mortes. Foi o que houve com Raimundo Batista, de 58 anos, que passou mal em casa, mas não pôde ser socorrido porque a rua estava alagada, o que impossibilitou o acesso do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Se no saneamento Belém sofre, na saúde não é diferente. Unidades Básicas de Saúde (UBS) estão em condições precárias, faltam medicamentos e profissionais da área. Com a quarentena, que deveria ser acompanhada de um aumento na atenção básica, essa situação foi agravada com o colapso do PSM do Guamá e da UPA da Terra Firme. Além disso, falta Equipamento de Proteção Individual (EPI), como atestaram os servidores do Pronto Socorro Municipal, que realizaram um ato no dia 15, reivindicando melhores condições de trabalho para enfrentar o coronavírus.

Todavia, a cidade padece de prefeito e gestão, haja vista que Zenaldo Coutinho (PSDB) culpa a maré alta, o coronavírus, os preços e o que mais houver para negligenciar condições básicas à população. Todos estes elementos fazem com que o combate à Covid-19 seja mais difícil, principalmente entre a classe trabalhadora, que são os mais afetados pelas péssimas condições de vida.

Neste mar de dificuldades e incertezas, os trabalhadores mostram toda a sua solidariedade auxiliando os vizinhos, amigos, parentes e desconhecidos por meio de iniciativas, como a construção da Rede de Solidariedade do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), que arrecada alimentos, recursos e produtos que estão sendo transformados em cestas básicas para centenas de pessoas em Belém.

Transformar o saneamento básico em um serviço universalizado faz parte da luta pelo direito de viver dignamente.

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