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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Quem é (de verdade) o general Pazuello, ministro interino da Saúde?

SADISMO – General Pazuello é conhecido na tropa por aplicar punições e castigos sem motivos aos soldados. (Foto: EB)

A Verdade recebeu relato de um membro do Exército Brasileiro sobre o general Eduardo Pazuello, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro como ministro interino da Saúde, após a saída do médico Nelson Teich. Em condição de anonimato, o militar, que serviu sob comando do general, revela as práticas violentas e abusivas de Pazuello contra a tropa quando era chefe da Base de Apoio Logístico do Exército, no Rio de Janeiro. 

Da Redação

Meu nome é Souza (nome fictício), sou Cabo no Exército Brasileiro e servi em 2018 na Base de Apoio Logístico do Exército (BaApLogEx), onde tinha como meu comandante o general Pazuello, empossado na semana passada como ministro interino da Saúde, depois da saída de Nelson Teich.

Decidi publicizar meu depoimento pois acho essa nomeação absurda. Sei, por experiência própria, que o general Pazuello não entende absolutamente nada de saúde, quanto mais de saúde pública. O general é especialista em logística e sempre cumpriu essa função dentro do Exército.

Além de não conhecer nada da área de saúde, Pazuello se mostrou um sádico nas operações que estava a frente. Um dos episódios que presenciei foi quando o general puniu toda uma guarnição simplesmente por não gostar da formatura. Ele deixou a tropa em pé por mais de quatro horas debaixo de um sol escaldante em pleno verão do Rio de Janeiro… e estava claramente satisfeito com isso.

Numa outra vez, o general chegou a agredir fisicamente um soldado do Efetivo Variável (SD-EV) após discordar da conduta do mesmo para com um Cabo.

Quero com isso mostrar que o objetivo do governo Bolsonaro ao nomear o general Pazuello não é colocar alguém no Ministério que consiga resolver os problemas do país e a grave crise de saúde da Covid-19, que já matou mais de 16 mil de brasileiros. Seu objetivo é somente colocar alguém à frente da pasta que vá obedecer às suas ordens, mesmo que seja o pior para a população. Alguém que vá incentivar o uso de um remédio que não é recomendado por nenhum centro de pesquisa, a cloroquina, como “cura” para a Covid-19. Pra que isso? Para dar lucro às empresas farmacêuticas que doaram para sua campanha? Para fazer com que a população acredite que o problema já está solucionado e volte a trabalhar, arriscando sua própria vida para voltar a encher os capitalistas do lucro do seu trabalho?

O dever do Exército deveria ser proteger as instituições públicas e dedicar-se inteiramente ao serviço da Pátria, cuja honra, integridade e instituições defenderá com o sacrifício da própria vida. Qualquer coisa além disso não é função de um militar, ainda mais não tendo conhecimento e competência para assumir um cargo de tamanha responsabilidade na atual conjuntura, mostrando o descaso do general com o povo da sua pátria.

O que generais como Pazuello fazem ao se associarem com o governo fascista e criminoso de Bolsonaro é o de ser o cão de guarda dos poderosos, mantendo a exploração, a miséria, o sofrimento e a morte do povo e, com isso, garantir o lucro dos poucos exploradores.

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