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A anexação da Cisjordânia foi decidida por Israel e pelos Estados Unidos, sem levar em conta a opinião do povo palestino e seus representantes. Essa anexação faz parte do “acordo do século” e visa a expansão das fronteiras israelenses e o avanço do controle de Israel sobre a Palestina.
Por Anisah Campinas
Rio de Janeiro
O Estado terrorista de Israel há anos ocupa o território palestino da Cisjordânia. Seu objetivo é claramente ocupar toda a Palestina e colonizar sua população.
A Cisjordânia é uma área delimitada a leste pelo rio Jordão e pelo Mar Morto, onde encontra-se um dos pontos de interesse israelense na região: a disputa pelos recursos hídricos. Para Israel, essa área é “essencial” para sua defesa.
De acordo com a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) de 1947, a Cisjordânia deveria compor o Estado palestino, mas ela foi reivindicada após a primeira guerra árabe-israelense em 1949 pela Jordânia e ocupada após a Guerra dos 6 Dias, em 1967, por Israel. Desde então, os israelenses constroem assentamentos ilegais nessa área para abrigar colonos israelenses e continuam lentamente o processo de desapropriação e roubo das terras palestinas.
Os sionistas a região de Judea e Samaria, seus nomes bíblicos e presentes na Torá, numa tentativa de aproximação da fé judaica e construção da narrativa da “terra santa pertencente aos judeus”.
![Arte: OLP](https://averdade.org.br/wp-content/uploads/2020/06/mapas-palestina.jpg)
Quando falamos de “anexação” estamos nos referindo ao fato de um Estado proclamar unilateralmente sua soberania sobre outro território, ou seja, invadir o território, exterminar ou expulsar o povo e impor suas leis. Algo que poderia ser chamado também de colonização.
A anexação da Cisjordânia foi decidida por Israel e pelos Estados Unidos, sem levar em conta a opinião do povo palestino e seus representantes. Essa anexação faz parte do “acordo do século” já divulgado anteriormente, que é um plano de expansão das fronteiras israelenses e avanço do controle de Israel sobre a Palestina.
Esse plano, apresentado em janeiro, deu espaço para que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu pudesse discutir a questão na comunidade internacional, já que sem o esse apoio ele enfrentaria grande oposição. É provável também que Netanyahu queira correr para resolver a questão antes das eleições presidenciais que ocorrerão nos Estados Unidos em novembro desse ano, por medo de mudanças na política externa norte-americana.
Já em maio, ele definiu a data de 1º de julho para início do plano de anexação. No dia 24 de junho, o Conselho de Segurança da ONU se reuniu por vídeo chamada para discutir a questão, e os representantes da Liga Árabe, além do Secretário Geral e sete países europeus, se opuseram ao plano.
Ontem (29), a Alta Comissariada para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, disse que “a anexação é ilegal. Ponto final. […] Qualquer anexação. De 30% ou de 5% da Cisjordânia”.
As lideranças palestinas disseram que a anexação pode acabar com as chances do estabelecimento de um Estado Palestino e clamam por solidariedade internacional. Porém, sempre foi claro para nós que a ONU, sendo comandada pela burguesia mundial, nunca irá defender os reais interesses dos povos e da classe trabalhadora. Cabe a todos nós escutar os palestinos e defender a realidade da situação: o sionismo sempre planejou a colonização de toda a Palestina e não haverá liberdade para os trabalhadores palestinos até o extermínio dessa ideologia e o estabelecimento de um Estado socialista e popular.
É preciso se engajar nas ações de solidariedade à causa palestina, assinando petições, dando visibilidade às denúncias, exigindo do governo brasileiro uma posição contrária à anexação da Cisjordânia e somando forças ao chamado do movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) às empresas que têm relação direta com a ocupação sionista. Todo apoio à resistência palestina!
Para saber mais sobre o BDS: https://bdsmovement.net/pt