UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

sexta-feira, 26 de abril de 2024

Por que Eduardo Leite quer a volta às aulas no Rio Grande Do Sul?

Aviso em escola do Rio Grande do Sul. Foto: Reprodução/Agência Brasil

Por Leonardo de Carvalho*

OPINIÃO – O Rio Grande Do Sul está com as aulas das escolas da rede estadual suspensas oficialmente desde o dia 19 de março, devido à pandemia do coronavírus que chegara ao estado. No dia 27 de maio o governador Eduardo Leite (PSDB) anunciou através de uma transmissão ao vivo que a volta às aulas será em etapas graduais, voltando aos poucos e não de forma geral.

As etapas vão desde a volta das “férias”, que foram antecipadas por causa da pandemia, para a volta do ensino remoto extremamente precário, ineficiente (que por si só precisa de outra matéria para explicar os porquês); seguido das aulas práticas essenciais para conclusão de curso no Ensino Superior, pós-graduações e técnicos, além de profissionalizantes, de idiomas, artes e similares; da volta às aulas presenciais de forma dividida, começando,  possivelmente, pela Educação Infantil, primeiros anos do Fundamental e o terceiro do Ensino Médio. O governo do estado quer a retomada de 100% das aulas até setembro.

Porém como será que o governador do estado prevê que até setembro a pandemia estará controlada no estado? As recomendações da OMS para suspender restrições sociais são: A transmissão da doença estar sob controle; os sistemas de saúde serem capazes de “detectar, testar, isolar e tratar todos os casos e rastrear todos os contatos”; os riscos de aumento serem minimizados em locais vulneráveis, como casas de repouso; escolas, locais de trabalho e outros locais essenciais estabeleceram medidas preventivas; o risco de importar novos casos “poder ser gerenciado”; as comunidades estarem totalmente educadas, engajadas e capacitadas para viver sob um novo normal.

A volta às aulas significa parte da estratégia de Eduardo Leite para comprovar que o Rio Grande Do Sul está superando a pandemia e tudo pode voltar “ao normal”. Entretanto essa não é a realidade. Hoje o Rio Grande do Sul vive um aumento de casos, isso porque o governo do estado vem tomando medidas que flexibilizam o isolamento social. Eduardo Leite tenta, de forma hipócrita, criar um cenário de diferenciação e rompimento com a política fascista, extremamente anti-saúde e contra o isolamento social de Jair Bolsonaro, que já propôs em um de seus pronunciamentos a volta das aulas nas instituições de educação e o retorno das atividades econômicas.

Na verdade ambos possuem o mesmo interesse, de manter o lucro dos grandes empresários que pressionam para que os governos liberem as atividades. É verdade que Eduardo Leite não é igual a Bolsonaro, que quer aplicar um golpe e implantar uma ditadura fascista no Brasil. Mas também, é verdade que a política neoliberal adotada pelo seu governo no estado ataca e submete a um maior risco de contágio ao novo coronavírus os trabalhadores e aos mais pobres. Assim, é necessário que o governo do estado mude sua política para parar o coronavírus.

É necessário que se suspenda o calendário do ano letivo de todas as instituições de ensino de educação presencial por tempo indeterminado e que se pense em volta às aulas, retorno e organização dos calendários de recuperação junto com os estudantes, professores e a comunidade em geral depois do fim da pandemia, e não de maneira unilateral durante sua fase ascendente. A volta as aulas seja de forma gradual ou imediatamente, significa o aumento das mortes e dos casos de coronavírus. Só os estudantes e os trabalhadores organizados poderão mudar essa realidade no nosso estado.

*Militante da UJR no Rio Grande do Sul
Diretor Regional Sul da FENET

Outros Artigos

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes