UP unifica pré-candidatura com PSOL à Prefeitura de Porto Alegre

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Foto: Carla Castro

por Carla Castro*

PORTO ALEGRE – Em plenária realizada pelo Diretório Municipal de Porto Alegre da Unidade Popular pelo Socialismo (UP) com o conjunto dos filiados, na noite desta terça-feira, 11 de agosto, foi aprovada a construção de uma unidade com o PSOL para a prefeitura de Porto Alegre. Com isso, a UP trabalha para o fortalecimento de uma unidade socialista, combativa e revolucionária apoiando a pré-candidatura de Fernanda Melchionna do PSOL. O novo cenário coloca a então pré-candidata à prefeitura pela Unidade Popular Priscila Voigt como pré-candidata a vereadora ao lado de Natanielle Almada, Luciano Schafer, Vinicius Stone e Merong Kamakã Pataxó Hã Hã Hãe.

Durante a atividade, os filiados da Unidade Popular de Porto Alegre fizeram um importante debate sobre a conjuntura e a necessidade de uma unidade em torno de programa que vá na raiz dos problemas, um programa anticapitalista e socialista, construído pela e para a classe trabalhadora e que dê respostas às demandas mais sentidas pelo nosso povo. “Em muitas falas dos camaradas foi enfatizada a nossa maturidade em retirar a nossa pré-candidatura à prefeitura e a grandeza dessa atitude em virtude do cenário em que estamos vivendo. Entendemos que o fascismo é o nosso principal inimigo e que precisamos unir forças nesse combate também no processo eleitoral, mas não uma unidade sem princípios, estamos construindo uma unidade com base em um programa anticapitalista, antifascista e socialista. A retirada da nossa pré-candidatura à prefeitura representa também o fortalecimento da nossa chapa de pré-candidatos à Câmara de Vereadores”, ressalta Priscila.

Priscila Voigt, Márcio Chagas e Fernanda Melchionna em reunião. Foto: PSOL

Melchionna diz que Marchezan tem uma agenda muito parecida com a de Bolsonaro, portanto os últimos anos foram de desmonte em Porto Alegre e precisamos fazer esse enfrentamento local. Ela afirma que recebeu a notícia do apoio com muita alegria. “Primeiro, porque pra nós, a Unidade Popular é um partido irmão e estratégico, que em um momento tão difícil foi legalizado e surgiu como um sopro de alegria e esperança. Segundo porque temos a convicção de que precisamos enfrentar a extrema-direita. Essa eleição vai ter um elemento de plebiscito contra o governo Bolsonaro e nós entendemos que é um momento fundamental para enfrentar o governo Bolsonaro”, destaca.

Para Priscila esse processo eleitoral deve servir para ampliar as lutas sociais, ampliar a organização da classe trabalhadora e com isso nossa capacidade de enfrentamento nos próximos períodos. “Precisamos nos afirmar e nos desenvolver enquanto partido e convocar milhões a se filiarem à UP, e mais que isso, precisamos impor uma importante derrota ao fascismo nas cidades, por isso essa unidade é tão fundamental. Vamos trabalhar com muita dedicação e abnegação para enfrentar a ofensiva fascista e todos os ataques à classe trabalhadora também nessa trincheira do parlamento”.

Assim como todas as lutas que são travadas até aqui, a campanha da Unidade Popular será coletiva. Foi com muito trabalho de todos os militantes que conquistamos 1 milhão e 200 mil assinaturas para a obtenção do registro enquanto partido político, essa será a nossa postura durante o pleito eleitoral. “Temos como bandeiras centrais a construção do Poder Popular nas cidades através de mecanismos de participação direta nas decisões políticas e orçamentárias da cidade e para isso compreendemos que a organização comunitária, o fortalecimento do trabalho de base nos bairros e a conscientização política é fundamental nesse processo. No nosso programa apresentamos a necessidade de enfrentar o capital nas cidades representado principalmente pelo setor da especulação imobiliária e pela máfia do transporte, nesse sentido as pautas do direito à cidade, reforma urbana popular, destinação dos imóveis ociosos para fins de moradia popular, regularização fundiária e com isso garantia do saneamento básico e do abastecimento regular de água e luz nos bairros da periferia e auditoria das empresas de ônibus, abertura da chamada caixa preta e a municipalização do transporte público são pautas essenciais. Além disso, a defesa da vida das mulheres, a construção de casas de referências nos bairros e a defesa do SUS, de uma saúde 100% pública, gerida diretamente pelo município e, portanto, pondo fim às terceirizações e privatizações com incorporação dos trabalhadores da saúde ao quadro de funcionários públicos do município são pautas fundamentais das nossa pré-candidaturas.

Priscila Voigt tem 29 anos, nasceu na cidade de Tijucas, em Santa Catarina. É nutricionista formada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e atualmente é presidenta da Unidade Popular pelo Socialismo no RS, coordenadora nacional do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), foi moradora e coordenadora da Ocupação Lanceiros Negros e esteve à frente da organização e construção da Casa de Referência da Mulher – Mulheres Mirabal.

Na próxima segunda-feira, 17, as duas pré-candidatas farão uma live através da página da Unidade Popular (www.facebook.com/unidadepopularrs), às 18h.

*Jornalista e militante do MLB e Olga Benario