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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Netflix promove a sexualização infantil

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SEXUALIZAÇÃO – Empresa capitalista Netflix promoveu filme e descrição sexualizando meninas de onze anos. (Foto: Reprodução)

A mídia burguesa é uma poderosa arma de alienação do povo trabalhador e vem há muitos anos calcando uma narrativa de objetificação dos corpos baseada no patriarcado.

Milena de Souza

GOIÂNIA (GO) – O Ministério da Mulher, da Criança e dos Direitos Humanos entrou com pedido para retirada do filme ‘Cuties’ da plataforma de distribuição paga Netflix sob alegação de que o conteúdo contém pornografia infantil.

Nós que compreendemos a necessidade do poder popular e da defesa da democracia verdadeira, compreendemos que o Presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) e seus comparsas são nossos inimigos. Querem nos matar, nos prender e nos alienar. A partir disso, muitas vezes pode surgir uma lógica deturpada de que tudo que é defendido por eles deve ser imediatamente combatido por nós.

O materialismo histórico e dialéctico é um legado deixado a toda humanidade, um método poderoso e revolucionário de análise da realidade, que nos permite não apenas observar os contextos, mas nos incita a transformá-los. Esse método colabora para que nós, que acreditamos na superação do capitalismo e suas ideologias liberais, compreendamos a complexidade dos processos ao nosso redor.

A mídia burguesa é uma poderosa arma de alienação do povo trabalhador e vem há muitos anos calcando uma narrativa de objetificação dos corpos baseada no patriarcado, principalmente sobre corpos que fogem da masculinidade padrão. Essa narrativa permite que a sociedade naturalize questões como a violência de gênero, a homofobia, a transfobia, a prostituição e a sexualização infantil.

Estas pautas têm sido tomadas cada vez mais por campos conservadores e fundamentalistas cristãos que esvaziam questões políticas da liberdade dos corpos e implantam ‘o errado pelo errado’, em uma tentativa de condenação moralista como prática de controle – que não é seguida por eles mesmos, como vimos no caso da Deputada e pastora Flordelis.

Por acreditarmos em uma sociedade onde as crianças sejam responsabilidade coletiva, cabe a defesa de sua seguridade total e a luta pelo direito à infância. Essa proteção passa por um combate legítimo, politizado e ferrenho à sexualização infantil que deve ser construído por meio de uma educação sexual adequada, o amplo acesso à saúde e ao planejamento familiar, a democratização do acesso psicológico e à assistência social e por uma reeducação cultural da população.

Esta reeducação precisa passar pela superação do patriarcado, do machismo e de concepções atrasadas como a pornografia, assim, passando também, pela superação da sexualização infantil.

Enquanto construímos por diversas vias os caminhos para a emancipação da humanidade, devemos barrar hoje as ameaças objetivas e subjetivas à nossa segurança – aqui, particularmente das crianças – e isso não significa se aliar ao discurso de nossos inimigos declarados, mas disputar o espaço ideológico na real defesa dos direitos e interesses da classe trabalhadora, sem a hipocrisia conservadora e o simplismo liberal.

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