“O discurso de Bolsonaro apenas acentua o desastre, nega as queimadas na Amazônia e no Pantanal, ataca comunidades indígenas, ataca a comunidade internacional.”
Gabriel Adami
RIO DE JANEIRO (RJ) – O Brasil inteiro está ardendo em chamas. A política de descaso da Presidência da República com essas pautas não é de hoje, tendo sido refletida a declaração do Ministro do Meio-Ambiente Ricardo Salles na polêmica reunião ministerial ao qual defendia ‘passar a boiada’. Enquanto o Pantanal está com mais de 19% de sua totalidade queimada, tal qual a Amazônia em fogo, Salles publica postagens com fotos de outras matas nativas utilizando o único meio em que este governo sabe fazer: negar.
Nisso, se enquadra o discurso do Presidente Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU na terça-feira, 22 de setembro. Em seu discurso, chocante, colocou a culpa das queimadas nas comunidades indígenas, inseriu o Brasil como um país conservador e cristão, e não obstante, nega, como sempre, que seu governo é falho e incapaz de gerir as questões ambientais.
Contudo, não se trata apenas disso em que a questão ambiental concerne, mas da elite rural deste país que está corroborando, junto com o Executivo, para sua destruição. Também a expansão de suas terras, como demonstra inquérito da Polícia Federal no Pantanal, em que 5 fazendeiros seriam apontados como destruidores de 25 mil hectares na região do Mato Grosso do Sul.
Um reflexo do Brasil, obviamente. Em que se demonstra o descaso, o negacionismo e acima de tudo, a divulgação das fake news. O presidente é reflexo de uma burguesia sedenta pela destruição, pelo acúmulo imprescindível do capital e com isso, a destruição do meio-ambiente brasileiro.
O discurso de Bolsonaro apenas acentua o desastre, nega as queimadas na Amazônia e no Pantanal, ataca comunidades indígenas, ataca a comunidade internacional. Combater estes tipos de atitude é imprescindível para a operação da conserva das riquezas naturais nacionais. Negar é algo que o governo faz bem, mas a ação lhe carece e a consequência disso: as queimadas.
Tudo isso reflete nas ações atuais do governo e no enfoque atual, a pasta ambiental. Conservar é preciso e necessário e em um sistema tal qual este, num governo tal este, esse verbo não é possível.