UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Relato sobre os dias de campanha da UP em São Paulo

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Por Miguel Fegadolli

Zona Leste de São Paulo – Com muita animação, os militantes da Unidade Popular deram início às atividades voltadas às eleições municipais e a continuação da campanha pelo poder popular e as denúncias contra o alto custo de vida agravado na pandemia, apresentando a candidatura de Lígia Mendes para vereança da cidade.

Lígia, servidora da saúde, nascida e crescida em Guaianases, desde jovem se engajou e participou ativamente das lutas de seu bairro e atuou com movimentos sociais, sendo uma grande referência para muitos moradores da região.

No dia 27 de setembro, iniciou-se a campanha, no bairro Jardim São Vicente, no distrito do Lajeado, próximo a Guaianases (nome advindo dos povos indígenas que ocupavam o território).

Acordando entre 05h manhã, com as ruas do bairro relativamente vazias, em contraste com a Av. Radial Leste, turbulenta, se estendendo do Brás até todo o Eixo Leste, uma das atividades realizadas foi a panfletagem e conversas na estação de trem José Bonifácio, onde se dirigem inúmeros trabalhadores, vindos dos bairros a pé ou de ônibus, a caminho do trabalho.

Todas as tardes abrimos nosso comitê de campanha, onde nos reunimos com os moradores da comunidade para discutir a política e os problemas da região, e recebemos os interessados em conhecerem as propostas da Unidade Popular.

Ao longo dos primeiros dias, fomos para diversos bairros do Itaim Paulista, São Miguel, Itaquera, Guaianases, Cidade Tiradentes e São Matheus, realizando o trabalho de conversas no porta-porta nas casas, nas feiras, nos centrinhos comerciais, nas favelas, dialogando sobre as dificuldades de enfrentar os altos preços nos mercados, o engarrafamento das ruas, as enchentes que levam embora os bens dos moradores de regiões vulneráveis, e, entre outras pautas, a limitação do sistema político atual.

Na inauguração do comitê da candidatura e em outros dias também, vieram pessoas de diversas partes da cidade para fazermos passeatas com denúncias políticas e apresentações no carro de som pelo Lajeado, passando também outros dias por bairros de Itaquera, chamando a atenção de moradores que saíam para pegar os jornais e expressar suas opiniões. É possível notar a desesperança de alguns, considerando as demagogias dos políticos que só aparecem em tempos de eleição, pedindo votos para preservar seus privilégios, no entanto, há uma grande indignação e vontade de mudança, com o entusiasmo dos que passam a conhecer a UP mais profundamente enquanto alternativa popular e ferramenta de luta.

Em sequência, organizamos cinedebates com a juventude da região, brigadas do Jornal A Verdade nas ruas, e fomos para diversas unidades de saúde, falar com os funcionários públicos e usuários do SUS, nas UBS´s, UVIS´s, SAE´s, Hospitais, entre outras unidades localizadas nos bairros periféricos, com os trabalhadores de máscara apressados para assinarem o ponto, em grande parte indignados com o desmonte da saúde, as terceirizações e o projeto de destruição dos direitos sociais e serviços públicos.

Em nossas atividades de rua, o cenário da periferia de São Paulo chama a atenção por conta da disposição das moradias precarizadas com a aglomeração de casas ao fundo, no enquadramento dos bairros e favelas e instituições públicas sucateadas, fruto da falta de investimento em políticas a serviço do povo.

As políticas de Bolsonaro, Dória e Covas, de ataque às instituições públicas que fornecem serviços essenciais à população, de descaso com as mulheres que sofrem violência doméstica, do despejo de moradores de ocupação em plena pandemia e do genocídio do povo negro nas favelas, enquanto os bilionários obtêm lucros exorbitantes, requerem uma resposta de mobilização e luta, na construção de um outro projeto de sociedade.

A Unidade Popular surge dos movimentos sociais para mobilizar a revolta, a força e a esperança dos trabalhadores, dos moradores das regiões mais afastadas e desamparadas, das mulheres, da juventude que ocupa os postos de trabalhos mais precários, dos vendedores que arriscam a vida nos semáforos perigosos, e daqueles que se indignam com as injustiças desse sistema.

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