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segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Prefeitura de Guarulhos quer extinguir empresa PROGUARU

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Com a taxa de desemprego cada vez mais crescente, prefeito de Guarulhos quer extinguir empresa municipal essencial para a cidade e deixar 5 mil funcionários sem trabalho. Trabalhadores realizam protesto.  Foto: Daiana Oliveira

Por Unidade Popular – Guarulhos

Em meio a um cenário caótico de crise devido a pandemia de Covid-19, no qual a taxa de desemprego é próxima de 15% no país, a prefeitura de Guarulhos termina o ano com o plano de fechar a empresa municipal PROGUARU e demitir 4.700 ( quatro mil e setecentos) trabalhadores e trabalhadoras. Trata-se de um governo de projeto neoliberal com a intenção clara de beneficiar empresas privadas, nem que para isso demita quase 5 mil funcionários, pais e mães de família, muitos próximos de se aposentarem. Essa medida dificultará muito a vida dessas pessoas e o desenvolvimento sustentável da cidade.

Fundada no dia 27 de agosto de 1979, a PROGUARU atua na cidade de Guarulhos há 41 anos executando os serviços de limpeza urbana, fabricação de asfalto, blocos e pré-moldados, construções de galerias, canalizações, pavimentação e guias de ruas, sendo, portanto, um órgão de extrema importância para Guarulhos e seus habitantes.

A empresa possui também a Usina de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil (RCC), localizada na região do Cabuçu. Considerada referência no país, a recicladora é de extrema importância ambiental e também econômica, gerando centenas de milhares de reais aos cofres da empresa, por ano. Só no ano de 2017 a recicladora gerou uma economia de R$ 373.520,00 (trezentos e setenta e três mil e quinhentos e vinte reais) aos cofres da empresa, segundo informações que constam no próprio portal da instituição: https://proguaru.com.br/usina-de-reciclagem-gera-economia-a-proguaru/. A recicladora processa todo o RCC de obras da PROGUARU e da Prefeitura, além de algumas obras particulares e dos resíduos levados aos Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) pelos munícipes, dando condições de reaproveitamento deste material.

A demissão de aproximadamente 5 mil funcionários com o fechamento da empresa, em meio a crise que assola o país, pesará ainda mais sobre a economia local. São as famílias trabalhadoras que movimentam o comércio e, sem a renda delas, os impactos serão ainda maiores.

A argumentação do prefeito Guti e seus apoiadores é de que a empresa dá prejuízos ao município. Entretanto, às vésperas das eleições passadas ele dizia o contrário, negava que fecharia a PROGUARU e acusou a oposição de espalhar mentiras sobre o assunto para prejudica-lo no pleito. Na ocasião, o prefeito fez muitos elogios à empresa e disse se tratar de uma grande parceira do seu governo.

Em plena pandemia o prefeito trata com descaso os trabalhadores que são os verdadeiros responsáveis pelo desenvolvimento da cidade. Porém, mesmo sendo pega de surpresa, a classe trabalhadora respondeu à altura e foi às ruas de forma unida e organizada, porque cada um e cada uma entende que garantir seus empregos não é um favor e muito menos uma caridade do prefeito, é um dever.

Os sonhos de muitas e muitos vêm sendo destruídos após anos de serviços prestados e o sustento de muitas famílias está sendo negligenciado. Essa e outras propostas retrógradas são distribuídas e normalizadas pelo prefeito. E se mais um direito vem sendo retirado, os trabalhadores da PROGUARU encontrarão a saída com a organização e resistência. Este é o único caminho.

O Jornal A Verdade entrevistou Josué dos Santos, que trabalha como calceteiro, no assentamento de guias e blocos inter-travados, há 3 anos na empresa:

A Verdade – Josué, como você recebeu a notícia do fechamento da PROGUARU?
Josué: Recebi a notícia do fechamento da PROGUARU através de um amigo que é do sindicato dos servidores, um dia antes da votação na Câmara Municipal, foi assustador, afinal dependo deste emprego para sustentar a minha família!

A Verdade – O prefeito ofereceu outra alternativa de trabalho para vocês? Foi dado algum respaldo de como vocês ficariam após o fechamento da empresa?
Josué: Até o momento não houve nenhum contato do prefeito ou dos diretores da PROGUARU, o que ouvimos só são boatos de outros funcionários. O prefeito não deu nenhuma explicação oficial para nós, estamos no escuro.

A Verdade – Por que vocês acham que o prefeito quer fechar a empresa, visto que em outros momentos foi dito pelo próprio que era uma notícia falsa?
Josué: Acredito que seja troca de favores políticos, provavelmente existem pessoas muito interessadas no fechamento da PROGUARU, afinal ela atua em diversas áreas e os gastos contratando empresas privadas serão grandes para a cidade, o repasse para os funcionários delas será mínimo, gerando lucros altíssimos para as mesmas.

A Verdade – Está havendo algum diálogo da parte da prefeitura? Estão buscando assessorar e explicar aos trabalhadores o que está acontecendo e o que vai acontecer daqui para frente?
Josué: Parece que para o prefeito e seus representantes nem existimos, não deram nenhuma explicação, muitos funcionários estão se sentindo perdidos. Tem pessoas que acabaram de adquirir a casa própria através de financiamento e não sabem como vão fazer para pagar.

A Verdade – Como vocês têm se organizado diante da situação e como apoiar a luta dos trabalhadores da PROGUARU para contribuir em defesa dos direitos dos trabalhadores?
Josué: Apesar da situação que estamos passando hoje me sinto com esperança, eu nunca tinha visto os funcionários unidos como estão nesse momento tão difícil, estou recolhendo assinaturas dos moradores pela cidade e aproveito para mostrar como os trabalhos que realizamos pela cidade são importantes.

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1 COMENTÁRIO

  1. Sou totalmente contra o fechamento da Proguaru, isso é inadimicivel e o Prefeito Guti tem com honrar com a sua palavra que não fecharia a mesma pelo bem do povo e da nossa cidade.

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