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quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Professores categorias “O” e “V” são humilhados em SP

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Professores retornam às escolas em meio a pandemia e enfrentam dificuldades na atribuição de aulas da categoria “o” e “v”. Foto: Rafaela Felicciano / Metrópoles

Gabriela Lisboa / Professora da Rede Estadual de São Paulo

SÃO PAULO – Os professores da categoria denominadas “O” e “V” também são os responsáveis pelo desenvolvimento e funcionamento das escolas, porém essas categorias são as mais prejudicadas porque sofrem descaso e desrespeito pelo governo do Estado de São Paulo e o Ministro da Educação. A categoria “O” equivale a professores contratados com aulas temporárias atribuídas anualmente, o contrato é válido por 3 anos e 10 meses e a categoria “V” de professores contratados como eventuais, sem aulas atribuídas, ou seja, recebem por aula, com jornadas de mais de 12 horas causando grande exaustão aos professores. 

Esses profissionais da educação seguem sem previsão de concurso público. O último concurso público ocorreu em 2013. Essas categorias não possuem os mesmos direitos e benefícios dos professores efetivos. Quando ocorre atribuição de aula no começo do ano, o sistema vira um caos. A falta de gestão e as informações divergentes que são repassadas a esses docentes geram ansiedade e desespero, além das humilhações no processo de atribuição. Com medo de ficarem sem aula e salário, os educadores acabam atribuindo aulas em mais de três escolas para complementar sua carga horária, isso em relação à categoria “O” e a categoria “V” que ficaram sem salário durante a pandemia, como nos relatou a professora da rede do Estado Priscila Santos Nascimento:

 Com a chegada avassaladora do Coronavírus, observei que minha categoria “V” é uma das mais hostilizadas e desrespeitadas. Somos tratados de forma marginal pelos gestores. Eles não se preocupam se teremos condições de sustentar nossas famílias e honrar com nossos compromissos mensais, como alimentação, aluguel, água, luz e Internet. Principalmente a Internet, que se tornou uma ferramenta necessária para nossos filhos estudarem em casa nesse momento que as escolas estão fechadas.

Nossa categoria poderia ter auxiliado de forma construtiva os demais professores com aulas atribuídas, por exemplo, exigindo dos alunos as tarefas feitas ou ajudando em reforços de forma domiciliar via online.

O governo preferiu nos deixar a mercê do Auxilio Emergencial, ao invés de pagar pelo nosso trabalho de forma digna e honesta. Poderíamos ajudar e minimizar os impactos negativos de diversos alunos durante esse período de pandemia. Meus colegas de profissão estão passando por extremas dificuldades financeiras. Com a retirada do Auxilio Emergencial e a falta de emprego fixo ou trabalhos informais, nós estamos vivendo dias incertos.

Às vezes ao colocar a cabeça no travesseiro me sinto muito frustrada, principalmente pela incerteza do dia de amanhã. Sou mãe, mulher, filha, tia e sobrinha. Nessa luta de classes onde vejo nossos direitos sendo cada vez mais minado por este governo que não visa melhorias para nossa população e não temos condições de lutar forma igualitária neste mundo voraz. 

Diante desse cenário desastroso que os profissionais da educação se encontram, temos como governo, o PSDB – que é inimigo dos professores e não tem nenhum projeto de melhoria e seguem com suas agendas ignorando a vida dos trabalhadores. Este ano os profissionais da educação tiveram que voltar para as salas de aula mesmo sem condições de um retorno seguro e nem previsão de vacina. Mais uma vez esse desgoverno joga esses profissionais para o abismo e muitos estão pagando com a sua própria vida.

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