O cancelamento do Censo atende aos interesses do governo Bolsonaro e de seu ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes. Com a crise econômica se aprofundando e o desemprego batendo recordes , tudo que o governo quer é mascarar essa realidade e impedir que os trabalhadores percebam o buraco sem fundo no qual o ex-capitão colocou o país.
Victor Davidovich
Rio de Janeiro
BRASIL – A CEBRASPE, empresa responsável pela organização dos concursos para provimento de cargos no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), anunciou ontem (6) a suspensão das provas para seleção de Recenseador, Agente Censitário Municipal (ACM), Agente Censitário Supervisor (ACS) e outros cargos. A decisão foi tomada pelo IBGE após o corte 96% do orçamento do Censo 2021 aprovado pelo Congresso Nacional, com apoio do governo Bolsonaro.
Dessa forma, caso não seja revertido, o corte levará ao cancelamento do censo pelo segundo ano consecutivo. Além disso, mais de 204 mil vagas de emprego deixarão de ser ofertadas pelo IBGE. O concurso era esperado por milhões de brasileiros, pois representava uma chance de sair do desemprego crônico em que vive a economia nacional.
Por outro lado, a não realização do Censo 2021 trará enormes prejuízos ao país, pois sem as informações fornecidas pela pesquisa muitas políticas públicas sociais serão inviabilizadas e dados fundamentais sobre o déficit habitacional, escolaridade e pobreza ficarão defasados.
O cancelamento do Censo atende aos interesses do governo Bolsonaro e de seu ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes. De fato, com a crise econômica se aprofundando e o desemprego batendo recordes históricos, tudo que o governo quer é mascarar essa realidade e impedir que os trabalhadores percebam o buraco sem fundo no qual o ex-capitão colocou o país.
É preciso pressionar o Congresso Nacional para que reverta o corte orçamentário do IBGE e garanta a realização do Censo 2021.