UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

quinta-feira, 25 de abril de 2024

Nasce a Escola Eliana Silva do MLB em São Paulo

FORMAÇÃO – Organizada pelo MLB, Escola promove a formação política e social de famílias sem teto em todo o Brasil (Imagem: MLB)

Coordenação Estadual do MLB – São Paulo

SÃO PAULO – No dia 18 de abril, o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) reuniu mais de 40 educadores com o objetivo revolucionário de fundar a Escola Nacional Eliana Silva no Estado de São Paulo. A Escola é uma iniciativa do movimento à nível nacional, com objetivo de promover a formação política e social dos militantes e das famílias organizadas pelo MLB e, à partir de um importante trabalho coletivo desenvolvido nos bairros populares e periferias de São Paulo, chega ao estado mais populoso do país.

TRABALHO COLETIVO – Mais de 40 educadores se reuniram para fundar a Escola em São Paulo e iniciar as formações das famílias nas periferias do estado (Foto: A Verdade)

Através dos eixos de alfabetização de jovens e adultos, curso preparatório para Encceja e cursinho pré-vestibular, o MLB pretende contribuir com a formação das famílias em diversos cidades e bairros, para que seja possível intensificar e aprofundar a luta pela reforma urbana e pelo socialismo. Para isso o núcleo de educadores do movimento decidiu fundar a Escola com referência no trabalho desenvolvido e sistematizado por Paulo Freire, um dos maiores educadores e patrono da educação no país, que desenvolveu as bases para uma formação libertadora que coloque a classe trabalhadora e sua luta como centro do processo de educação e que nesse ano de 2021 completa seu centenário.

No Brasil 6,6% das pessoas acima dos 15 anos são analfabetas, ou seja, cerca de 11 milhões de brasileiros; cerca de 30% das pessoas são consideradas analfabetas funcionais, aquelas que não têm plena capacidade de compreender e utilizar a informação escrita e refletir sobre ela ou realizar operações matemáticas simples no cotidiano; dos 50 milhões de brasileiros entre 14 e 29 anos de idade, 20%, ou seja, 10,1 milhões, não completaram alguma das etapas do ensino fundamental ou médio e esse número deve crescer após a pandemia da Covid-19. Essas estatísticas são mais concentradas nas áreas rurais ou nas periferias dos centros urbanos, entre a população pobre e negra, justamente aqueles e aquelas que se organizam no MLB.

A política educacional executada pelos governos em nosso país defende que o combate ao analfabetismo se dará com a substituição das gerações, onde as novas gerações, com mais acesso à educação e com menores índices de analfabetos, substituirá as gerações mais velhas, onde esse índice é mais alto. Por isso os investimentos em Educação de Jovens e Adultos são baixíssimos e existem poucos cursos para alfabetização de pessoas fora da idade escolar.

No entanto o problema é muito mais profundo que isso: 54,73% dos estudantes acima de 8 anos possuem níveis insuficientes de leitura, enquanto que 33,95% dos alunos apresentam índices de insuficiência na escrita e outros 54,4% estão abaixo do desempenho desejável em matemática. Ou seja, as gerações mais velhas, que merecem o direito ao estudo e a poder lutar por uma vida melhor, estão abandonadas pelo sistema educacional e as gerações mais jovens estão sendo formadas em escolas que não lhes garantem pleno acesso ao conhecimento que precisam.

Sendo assim, cada militante do MLB tem uma tarefa urgente: unir a prática diária da construção das ocupações e lutas nos territórios com a teoria que nos levará rumo à cidades mais justas. O convite se estende aos educadores, educadoras e outros apoiadores em todo o Estado de São Paulo, para que fortaleçam a construção da Escola em nosso estado e participem desse importante projeto.

 A educação e formação política nos são muito caras e precisamos trabalhar por elas!

“O que presta no capitalismo, no meu entender, não é ele. Para mim, ele é uma malvadeza em si mesma. Se se pensa na excelência do capitalismo no Brasil, eu me pergunto: que excelência é essa que produz 33 milhões de famintos?” – Paulo Freire.

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