Gabriela Gayer
Rio de Janeiro
OPINIÃO – A carcaça podre, corroída e mal cheirosa de um elefante que agonizou de 1964 até a sua morte em 1985. Foi torturado, estuprado, teve seus ossos roubados.
Mas, no Brasil dos anos de chumbo, não se podia falar sobre o elefante na sala. No Brasil de hoje, não querem investigar ou quiçá falar sobre o elefante na sala.
Seus algozes ora dizem que nunca houve, ora dizem que morreu porque mereceu. “O elefante? Não o assassinamos. Ele usou seus polegares e se enforcou. Esses bichos se suicidam mesmo”. Assim, os assassinos levam multidões a ignorar a carcaça do mamífero bem no centro da sala.
Em memória do elefante, nós vamos lembrar para jamais esquecer. Clamaremos por verdade, por justiça. Ditadura nunca mais!