Ataque à organização dos trabalhadores: reitoria do IFSP toma sede do SINASEFE-SP, Dória promove ataque semelhante aos metroviários de São Paulo.
Sabrina Ferreira e Isis Mustafá
SÃO PAULO – Na primeira semana de maio, o SINASEFE-SP (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica) foi intimado, em reunião com o reitor recém empossado do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), Silmário, e o diretor do campus São Paulo do IFSP, a desocupar a sede do sindicato, localizada no campus da capital, no prazo de 90 dias; simultaneamente os estudantes do mesmo campus foram intimados a desocupar as sedes das entidades estudantis até o dia 5 de maio. Desse modo a reitoria inicia sua gestão lidando com as entidades de representação dos trabalhadores e estudantes do instituto de maneira extremamente autoritária.
Esse não é um caso isolado de autoritarismo, outras categorias em São Paulo também tiveram sua autonomia e direito de organização ameaçados recentemente, como os metroviários: na última semana os trabalhadores do Metrô foram informados que a empresa pretende leiloar o prédio onde é sediado o Sindicato dos Metroviários, na região leste da cidade de São Paulo, espaço este conquistado com muita luta da categoria em defesa do transporte público de qualidade e acessível à população paulistana.
Esse ataque político à organização de classe dos trabalhadores metroviários se dá justamente em meio à campanha salarial, na qual o Governador João Dória (PSDB) apresenta a pior proposta de acordo coletivo dos últimos anos: redução de salários, corte nos adicionais noturno e de periculosidade, fim do auxílio transporte e da estabilidade e mais diversas reduções nos direitos conquistados pela categoria.
As ações que buscam acabar com a organização dos trabalhadores e reduzir sua capacidade de luta têm aumentado, ao passo que Bolsonaro e seus seguidores têm roubado cada dia mais direitos e elevado a exploração sobre a classe trabalhadora, pondo fim ao sonho da aposentadoria com a reforma da previdência e alargado a jornada de trabalho para 12 horas com a reforma trabalhista, por exemplo. Impedir a organização dos trabalhadores é impedir que o povo resista de modo forte e coeso, é impedir a luta por direitos; atacar as sedes das organizações da classe trabalhadora é uma tentativa de amedrontar e enfraquecer a força de resistência dos trabalhadores.
O SINASEFE e o Sindicato dos Metroviários têm sido grandes organizadores de suas categorias, resistindo às inúmeras tentativas de diminuição de direitos dos servidores da rede federal de educação e dos trabalhadores do metrô. Em especial, o SINASEFE tem lutado constantemente, ombro a ombro com os estudantes organizados, para assegurar que a educação brasileira permaneça pública, gratuita, de qualidade, laica, socialmente referenciada e que dialogue diretamente com os interesses dos trabalhadores, não com os interesses daqueles que nos exploram!
Por isso, é necessário prestar toda solidariedade à essas entidades e seguir lutando lado a lado contra os ataques à Educação, contra os ataques aos trabalhadores e contra os ataques às sedes das organizações populares!
Fora Bolsonaro! Pelo Poder Popular!