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sábado, 5 de outubro de 2024

Polícia promove chacina no Rio de Janeiro

CHACINA – Ao menos 25 pessoas foram mortas durante operação ilegal da Polícia Civil na favela do Jacarezinho. (Foto: Reprodução/Ricardo Moraes)
Operação ilegal das polícias Civil e Militar na favela do Jacarezinho teve como resultado 25 pessoas mortas e inúmeras violações de direitos humanos. Segundo o laboratório de dados de violência armada Fogo Cruzado, esta já é a segunda maior chacina da história do Rio de Janeiro.
Redação Rio de Janeiro
Jornal A Verdade

RIO DE JANEIRO (RJ) – A cidade do Rio de Janeiro acordou com mais uma operação criminosa das forças policiais contra comunidades pobres. 

Supostamente para combater o tráfico de drogas, centenas de agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), e do Departamento Geral de Polícia da Capital (DGPC), se utilizando helicópteros e tanques blindados (caveirões), invadiram a favela do Jacarezinho, na Zona Norte, e assassinaram ao menos 24 pessoas, entre elas crianças e adolescentes. 

Vários moradores ficaram feridos. Segundo o Instituto Fogo Cruzado, 29 pessoas foram baleadas ao longo de sete horas de operação, e até passageiros do metrô foram atingidos por balas de fuzis. 

A operação começou por volta das 6:45h da manhã, quando muitas pessoas saiam de casa para o trabalho. “Eram muitos policiais entrando por todas as áreas do Jacarezinho. Muitos estão encapuzados. A gente recebeu a notícia que um deles foi baleado, e aí os tiros passaram a ser bem mais intensos”, afirmou ao jornal El País um morador. Segundo ele, os policiais agiram com mais brutalidade para se vingar do agente atingido. 

De acordo com outros moradores, policiais invadiram casas para realizar revistas — algo que só pode ocorrer com mandado judicial — e colocaram os corpos das pessoas mortas nas ruas, alterando a cena do crime e impedindo uma posterior perícia.

Há denúncias de que o corpo de uma pessoa negra foi posto numa cadeira, sentado, com um dos seus dedos na boca, em posição de deboche, e deixado à vista de todos. “No Brasil, a pena de morte é algo presente na periferia. A polícia se acha no direito de julgar e condenar os pobres, matando quem quiser, quando quiser e como quiser”, critica Giovanna Almeida, do Movimento Negro Perifa Zumbi.

FASCISMO – Corpos das pessoas mortas foram colocadas nas ruas pela polícia. (Foto: Reprodução/G1)

Operação Ilegal

A ação policial ilegal desta quinta-feira reafirma a política de morte do governo do Estado do Rio de Janeiro que, apesar da pandemia de coronavírus, segue massacrando a população das favelas e bairros periféricos, em flagrante desrespeito a uma decisão do Supremo Tribunal Federal, que proibiu, em junho do ano passado, esse tipo de operação. 

“No meio da pandemia, vemos ainda mais nitidamente que a indústria de morte é o principal projeto desse governo. Nos deixam morrer de fome, de covid e ainda nos matam com suas balas”, disse Giovanna. “Pessoas brancas e ricas jamais seriam assassinadas cruelmente em um condomínio de luxo. Esse tipo de operação só acontece contra o povo pobre e preto”, completou.

Para o sociólogo Daniel Hirata, da UFF, o massacre policial de hoje no Jacarezinho é mais grave do que chacinas como a da Baixada Fluminense, em 2005, ou a de Vigário Geral, em 1993. Em entrevista para o G1, ele disse que “foi a operação mais letal que consta na nossa base de dados, não tem como qualificar de outra maneira que não como uma operação desastrosa (…) É uma ação autorizada pelas autoridades policiais, o que torna a situação muito mais grave”.

Letalidade Policial Não Diminui Violência

Apesar do apoio dos grandes meios de comunicação da burguesia a esse tipo de operação, levantamento feito pelo Ministério Público, em 2019, mostrou que o aumento da violência policial não diminui a violência no Rio. 

O estudo concluiu, entre outras coisas, que a letalidade policial não provoca redução de homicídios e roubos e que confrontos aumentam risco de matar inocentes e afetar serviços públicos.

A chacina do Jacarezinho é mais um triste e cruel episódio da seletividade da violência policial e da barbárie promovida pelo Estado burguês contra o povo pobre. Basta!

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1 COMENTÁRIO

  1. …e estes fdp milicos só servem para isto… são covardes e “ovardes e cachorros” dos governadores. O Povo precisa fazer uma Revolução Armada e começar à retrucar estes casos “atacando” commo eles fazem “os inocentes cristãos Brancos” com Bombas de Guerrilha Urbana.c

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