Mentiras da burguesia fortalecem a exploração dos trabalhadores

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EXPLORAÇÃO – Enquanto cresce o número de trabalhadores em situação de rua, os ricos ficam mais ricos (Foto: Reprodução)

Guilherme Zerbinatti

SÃO PAULO – Enquanto a pandemia trouxe para os trabalhadores o aprofundamento de diversos problemas, como pobreza, fome, guerra, racismo, sexismo, precariedade do emprego e da moradia, para uma minoria de ricos a mesma pandemia trouxe enriquecimento. Para justificar tamanha injustiça, os agentes da ideologia burguesa fazem parecer que essa situação é natural, mascaram a realidade para esconder que as contradições do capitalismo estão crescendo e, assim, buscam legitimar a exploração dos capitalistas sobre os trabalhadores.

Os exemplos das injustiças que são mascaradas pela máquina ideológica dos capitalistas são muitos: enquanto metade da população brasileira vive em insegurança alimentar, o número de bilionários do país cresceu; enquanto o mundo se aproxima de 4 milhões de mortes por Covid-19, em sua grande maioria de pessoas pobres, as ações das indústrias envolvidas na produção de vacinas não param de subir, enriquecendo os especuladores do mercado financeiro. As notícias são sempre apresentadas desconectadas, fazendo parecer que o acúmulo de riqueza dos ricos não está ligado ao sofrimento e a pobreza da maioria da população, mas isso é uma grande enganação.

Outro exemplo das mentiras contadas pela burguesia é a violência policial: as operações policiais tem matado cada vez mais pessoas nas periferias das grandes cidades, muitos inocentes e até mesmo crianças, enquanto a violência no país só cresce; a mídia coloca a culpa da violência na população das periferias, no entanto, para que uma arma chegue às mãos de um jovem na favela é necessária a participação de muitas pessoas, pessoas ricas e poderosas que ganham rios de dinheiro contrabandeando armas e drogas para que a violência continue; no fim, a ideologia burguesa joga sobre as costas da população pobre a culpa por toda uma indústria ilegal de armas, coordenada por milionários que moram em condomínios de luxo, e o resultado é um crescente número de jovens mortos pela polícia nas periferias.

O motivo para tantas mentiras é simples: é necessário manter a classe trabalhadora numa posição servil, sem lutar para conquistar seus direitos e aceitando a exploração; para isso é preciso que os pobres achem natural a condição em que vivem, admirem seus próprios carrascos e desejem ser como eles, ao invés de querer enfrentá-los; é preciso que os trabalhadores não se reconheçam uns nos outros, se separem, se dividam e não percebam que o sistema capitalista marginaliza uma parte dos trabalhadores para facilitar a exploração de toda a classe, ou seja, que apenas a empatia e a união entre todos os explorados pode transformar a realidade.

Com tantas mentiras a burguesia vai efetivando seu plano de dominação, cruel e assassino, que mata através da violência direta mas também através da falta de emprego, das gigantescas filas de espera para um atendimento médico, e outras tantas situações causadas pelos ricos que roubam a riqueza produzida pelos trabalhadores.

A única maneira de deixar de sofrer com essa situação é se tornar também um burguês, dizem os capitalistas, mas trata-se de outra mentira; primeiro porque é quase impossível para um trabalhador tronar-se patrão, segundo pois essa busca por uma saída individual apenas joga água no moinho da exploração, a verdadeira saída está na luta coletiva. Para isso é preciso vencer as mentiras dos capitalistas, buscar informações e ter compromisso com a libertação do povo, em outras palavras, enfrentar o domínio ideológico do capitalismo sobre a classe trabalhadora.

Como diz Chorão, na música “Cantando pro Santo”:Eu acho que o jovem de hoje em dia deve ler e se informar, ver bem as coisas como são; pra poder contestar as coisas de forma clara, não só rimas em vão”.