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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Bolsonaro dá mansões para os ricos e a rua para os pobres

Foto: Prefeitura de Balneário Camboriú – Divulgação

Julio Cesar P. de Almeida


O governo Bolsonaro anunciou em janeiro de 2021 a extinção do programa “Minha Casa,  Minha Vida”, que ao longo de 10 anos de existência entregou quase 1,5 milhão de  residências e teve mais de R$ 100 bilhões em investimento do Estado brasileiro. Menos  de um ano após o anúncio do fim da política, a nova campanha “Casa Verde e Amarela”,  criada para reforçar o discurso nacionalista do presidente e de seus generais, entregou  menos de 20 mil residências e não realizou nenhuma reforma, negligenciando uma das  maiores demandas do nosso povo: um teto. 

Ao mesmo tempo, o governo estadual de Santa Catarina, aliado do governo fascista de  Jair, permitiu a expansão da orla da praia de Balneário Camboriú de 25m para 70m por  conta dos grandes arranha-céus no local, que hoje cobrem toda a faixa de areia da cidade,  tudo isso para beneficiar a especulação imobiliária. Enquanto o governo federal incentiva,  por meio do BNDES, gastos milionários para beneficiar as dezenas de casas vazias dos  grandes ricos, o presidente vetou o PL 827/2020, que suspendia os despejos na pandemia. 

A especulação imobiliária não é novidade no Brasil, antes legalmente criminalizada, hoje  a prática não só é normalizada, mas regularizada. Os Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs) são criados por diversas financeiras que compram prédios e galpões,  os agrupam e comercializam em lotes na bolsa de valores para qualquer um que tenha  interesse em adquirir partes destes empreendimentos. Na prática os milionários, visando  ter menos problemas legais e não pagar imposto, adquirem diversas cotas destes ativos,  ou até mesmo os fundos inteiros, recebendo aluguéis sem nem mesmo adquirirem os  imóveis. 

O mercado de FIIs aumentou muito na pandemia, ainda mais porque os tais “aluguéis” não são tributados, garantindo uma renda mensal exorbitante a quem os adquire, às vezes  de mais de 15% ao ano, sem que haja nenhum trabalho ou nenhuma relação legal direta com os empreendimentos. Entre março de 2020 e março de 2021 esta categoria valorizou  seu patrimônio líquido em mais de 51,5%, passando a R$ 141 bilhões de reais em prédios,  galpões, condomínios e complexos logísticos. Ao mesmo tempo, mais de 220 mil  brasileiros ocupavam as ruas do nosso país por não terem uma única casa para morar. 

A burguesia que comanda o sistema capitalista supera diariamente os limites impostos  pelo estado, também seu aliado, mas que não a ajuda com os “muitos” tributos e a  “grande” burocracia. É comum ver os bilionários proclamarem frases como “é difícil  empreender no Brasil” ou “o Estado brasileiro é muito inflado e não deixa o pequeno  crescer”, mas a realidade é que apenas se interessam pelo aumento de suas riquezas, roubadas da classe trabalhadora. 

Os ricos sequestram todos os dias milhões de reais em impostos por meio da sonegação e da lavagem de dinheiro, mas fazem questão de nos expulsar de nossas casas no primeiro  atraso do aluguel. Este sistema a nada nos serve, enquanto os grandes ricos possuem  milhões de reais em residências e reservas ilegais no exterior, nos negam o básico da  sobrevivência, colocando novamente em evidência que apenas o fim das atuais estruturas  de exploração pode libertar, verdadeiramente, o nosso povo.

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