Ícaro Vergne, UJR
No dia 11 de setembro, a União da Juventude Rebelião (UJR) organizou uma cultural junto ao Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB). Com o objetivo de divulgar a campanha financeira da Ocupação Carlos Marighella, o evento aconteceu ao lado do local e envolveu mais de 50 jovens. Além disso, a atividade também homenageou o poeta, ator e militante da União dos Estudantes da Bahia (UEB) Fabiano, que havia falecido no dia anterior. Estiveram presentes diversos artistas de hip-hop que animaram o espaço com apresentações e batalhas de rima. Porém, a cultural não deixou de denunciar o fascismo, a polícia militar e o extermínio da juventude nas periferias, com falas combativas e palavras de ordem.
As apresentações tiveram início com Monarkill, trazendo faixas como “Night e Sol”, “Hidden Wiki” e “Nude”. Em seguida, Yxng Cabral cantou algumas das suas músicas como “4 da manhã, Pt. 2”, “Nostalgia” e “Pelo Rio Vermelho”, com participação de Jxkv. Ao fim desse bloco, houve um intervalo em que o Movimento Correnteza e a UJR realizaram combativas intervenções. Iniciaram a fala apresentando os seus movimentos e convocando os jovens para se organizar e lutar por uma revolução socialista. Não deixaram também de ressaltar a importância da arte e cultura, muitas vezes negada para a juventude periférica e de homenagear Fabiano.
Os shows tiveram sequência com o artista e militante da UJR Jxkv, trazendo sons de “plug” como “Itaparica”, “Direção Perigosa” e PivaRatu que apresentou músicas como “Clouth” e “Flores”. Em seguida, o artista Benne77 também cantou suas músicas, com forte conteúdo contra a polícia militar, narrando cenas cotidianas de repressão e enquadros policiais como no verso de “Tudo ou Nada” que diz: “Eles perguntam tudo, não sei de nada, mão na cabeça, palavra é cara. Se eu tentar correr, manda para a vala, não tenho um preço para quem usa farda”. O rapper Mutano também apresentou algumas de suas músicas, com destaque do refrão de “Flow Wakanda” que diz “Meus irmãos tão na caça, sempre no corre do ouro, mato fascista de graça vem de palhaçada que eu arranco o pescoço”.
Ao longo das apresentações, alguns artistas que estavam na plateia apresentaram poesias como Mace, Xtreet e Basquiar. Ao fim, o público empolgado pediu que o show fosse estendido e os artistas concordaram, abrindo espaço para uma batalha de rima arrastada por palavras de ordem como “cultura popular, que bota para valer, aqui é a batalha do MLB” e “ousar, valorizar, nossa cultura popular”. Após o término, o MLB e a Unidade Popular pelo Socialismo (UP) realizaram falas de encerramento, onde apresentaram seus movimentos, o Jornal A Verdade e saudaram a iniciativa da UJR em promover espaço de arte e cultura para a juventude. Aproveitaram também para denunciar a situação da Ocupação Carlos Marighella que precisa de uma urgente reforma na fiação elétrica, encabeçada por uma campanha de solidariedade com meta de arrecadar 10 mil reais.