Nesta quinta (28), os garis do Rio de Janeiro voltaram às ruas em protesto. Junto a movimentos sociais e partidos de esquerda, lutaram por seus direitos e contra a demissão injusta de lideranças.
Igor Barradas | Redação Rio
RIO DE JANEIRO – Ontem (28), cerca de mil trabalhadores da Comlurb, organizaram um protesto massivo exigindo o fim da retirada de direitos e a demissão injusta de trabalhadores ligados ao movimento sindical.
Mesmo debaixo de chuva, os garis marcharam da Central até a Prefeitura do Rio de Janeiro, na Cidade Nova.
Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial, que compense a inflação. Há 3 anos seus salários estão congelados, com o acordo coletivo de 2020 ainda em negociação.
Também foi denunciada a troca repentina do plano de saúde dos garis pela Prefeitura. O novo plano, da empresa “Klini” é muito inferior ao anterior. A mudança significou o aumento de custo em tratamentos hospitalares.
Essa mudança súbita, realizada em uma licitação suspeita, prejudica principalmente aqueles que necessitam de tratamento contínuo de doenças crônicas e tiveram seus tratamentos cortados.
“É necessário a unificação do conjunto dos trabalhadores em limpeza urbana. Chegou o momento de somarmos, para podermos multiplicar nossas forças. Os ataques e o avanço das contra reformas aumentam no país. Hoje nós mostramos à prefeitura e ao presidente da Câmara, que o gari unido jamais será vencido.” avaliou Waldemir Olidio, trabalhador em limpeza urbana e militante do Movimento Luta de Classes (MLC).
Garis lutam pela reintegração de André Balbina e Bruno da Rosa
As lideranças do movimento dos garis tem sido duramente perseguidos pela COMLURB. Apenas a luta por melhores condições de salário e condições dignas de trabalho, já acarretam em demissões injustas.
Um exemplo dessa perseguição se dá com a demissão de Bruno da Rosa, vice-presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) e de André Balbina.
Ambos são lideranças que estiveram à frente das lutas dos trabalhadores. No dia 20 de Outubro, participaram de uma grande passeata exigindo o cumprimento das reivindicações.
Os garis vêm sofrendo ataques por parte da empresa. É frequente a troca de turnos, somente para que eles não consigam participar das manifestações.
COMLURB é uma das poucas empresas estatais de limpeza urbana do país
Os garis são um símbolo da cidade do Rio de Janeiro. Ligados à Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio, eles cuidam da limpeza e manutenção das ruas da cidade, hospitais públicos e até das merendas das escolas primárias. No entanto, a prefeitura do Rio, em diversas gestões, impõe políticas de precarização nas condições desses trabalhadores.
Nesse cenário, a categoria já vem sinalizando com mais manifestações. Na próxima quinta-feira (04) está marcada uma nova manifestação. É necessário lutar pela reversão dessas demissões ilegais, pelo reajuste salarial e o retorno dos direitos perdidos dos trabalhadores.