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sábado, 20 de abril de 2024

O que pessoas trans têm a ver com pobreza menstrual?

DIREITOS. É necessário normalizar a menstruação em corporeidades que fogem dos padrões estabelecidos socialmente (Imagem: Reprodução/Internet)

O acesso pleno à saúde é um direito humano básico universal e, para garanti-lo, é necessário que essas pessoas sejam tratadas com respeito e dignidade em todos os âmbitos médicos, inclusive, no ginecológico

Beatriz Diniz
Rio de Janeiro


MULHERES – Nos últimos meses, o debate sobre pobreza menstrual vem sendo abordado tanto por veículos jornalísticos quanto por movimentos sociais. Pobreza menstrual é definida pela falta de acesso a produtos para manter uma boa higiene no período da menstruação. De acordo com pesquisa desenvolvida pela Sempre Livre, 22% das brasileiras de 12 a 25 anos não têm acesso a absorventes. Mas será que esse número representa o total de pessoas nessa condição?

Um dos maiores problemas é o fato da temática ser comumente associada à feminilidade, pautando a menstruação como “um processo natural do corpo feminino” e exclusivo dele. Como resultado, a cisnormatividade presente quando estamos falando sobre menstruação gera uma indução de pensamento errôneo de que apenas mulheres cis menstruam e, por conseguinte, “somente” elas deverão ser atendida pelas políticas públicas criadas a fim de de mitigar a pobreza menstrual. 

Para caracterizar o indivíduo que não se identifica com o gênero ao qual foi designado em seu nascimento, utiliza-se o termo transvestigênere, e cisgênero, para aquele que sente-se confortável com tal designação. Logo, nem todas as pessoas que possuem útero, ovários e vulva são, necessariamente, mulheres, e nem toda mulher apresenta esses órgãos. O acesso pleno à saúde é um direito humano básico universal e, para garanti-lo, é necessário que essas pessoas sejam tratadas com respeito e dignidade em todos os âmbitos médicos, inclusive, no ginecológico.

Desde agosto deste ano, a vereadora Erika Hilton luta para incluir homens trans em lei sancionada, na cidade de São Paulo, contra a pobreza menstrual. Dessa forma, fica evidente a necessidade de normalizar a menstruação em corporeidades que fogem dos padrões estabelecidos socialmente, trazê-la como uma experiência plural, para que ações efetivas sobre a temática sejam amplas e abranjam todas as pessoas que menstruam.

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